Ex-forcado do Montijo, também ex-apoderado do cavaleiro Paulo D'Azambuja, Pedro Alféloa anunciou esta semana que terminará no final deste mês a relação de apoderamento que mantinha desde Junho com a cavaleira amadora Cristina Marques. O "Farpas" foi saber o porquê de nunca ter aquecido o lugar nesta sua nova faceta de "manager" de toureiros... e ele anunciou que em breve pode vir a apoderar quatro ou cinco cavaleiros ao mesmo tempo!
Entrevista de Miguel Alvarenga
- Acaba de anunciar que termina no final
do mês a relação de apoderamento com a amadora Cristina Marques, depois de
também este ano não ter "aquecido o lugar" como apoderado do
praticante Paulo D'Azambuja... o que correu mal nesta sua estreia nas funções
de apoderado?...
- Foram dois casos muito diferentes.
Sempre fui sério com toda a gente, mas comigo já não foram sérios. Como todos
nós, trabalhamos porque precisamos de ganhar dinheiro e quando se trabalha sem
ganhar, torna-se complicado. Pior ainda, é quando nós ficamos os maus da fita
porque depois as pessoas vêm falar de coisas que nem sabem. Quem me conhece
sabe como sou. Dou-me bem com toda a gente, mas.....até um certo ponto. No que
diz respeito ao Paulo d'Azambuja, é um cavaleiro com muita força de vontade,
que treina... mas teve de terminar o nosso relacionamento e ele até nem teve
culpa do que se passou. Da Cristina, toureou com quem nunca tinha toureado,
meti-a onde pude apesar de ter começado tarde com ela (Junho), mas a minha vida
não me permite andar a trabalhar para ganhar o que ganhava. Pelos dois fiz
tudo, desejo sorte a ambos!
- Pelo meio houve a polémica, em que
esteve envolvido, do festival (que não se realizou) em Cabrela, de que parte da
receita revertia a favor do famoso "Bola 7". Quer contar o que
realmente aconteceu?
- O que aconteceu foi que me convidaram
para ajudar a montar uma corrida em Cabrela porque nunca tinha havido nada em
Cabrela e eu aceitei ajudar porque a receita ia ser para comprar a casaca para
a Cristina. Depois eu dei a ideia de se ajudar o Sr. Pedro Medina Teixeira,
conhecido por "Bola 7", porque era público que o Sr. Pedro estava com
problemas de saúde. E assim foi. A pessoa que me fez o convite não tinha
contactos e então fiz eu os contactos. Todos. Tratei de tudo. Depois esse
senhor que me pediu para ajudar, disse-me pelo Facebook que não havia
patrocínios. E eu, como sério que sou, dei a cara a todos novamente e anulei
tudo. Acabei eu por ficar mal na fotografia. Pessoas com quem eu falei sabem
perfeitamente que o organizador não era eu, mas esse senhor teve o descaramento
de vir dizer que eu é que era o organizador. Mas tudo bem. Eu tenho as costas
largas. Agora pergunto, era mais justo continuar em frente com a corrida e no
fim não pagar? Acho que ninguém ia querer isso. Apesar das despesas serem poucas,
essas poucas era muito dinheiro. Não é so cavaleiros e forcados. E o resto?
Quem monta corridas sabe muito bem como é.
- Iniciou a sua vida nas arenas como
forcado, tentou agora ser apoderado. O que se vai seguir, Pedro?
- Vou tentar ser mágico. Para fazer
desaparecer muita boa gente que anda por aí...
- Novidades? Projectos?
- Pode haver novidades em breve. Talvez
uma parceria com alguém e ter quatro ou cinco cavaleiros. Nunca se sabe. Tenho
de conhecer bem as pessoas com quem me meto. Para não cair outra vez. Mas já há
contactos feitos. Vamos esperar.
Foto Rita Barreiros