quinta-feira, 19 de março de 2015

Cortes só toureia em Estremoz se seu Pai "pedir desculpa" ao presidente da Câmara...

Francisco Cortes com seus filhos e seu Pai na recente festa em que apresentou
a sua quadra de cavalos para a temporada dos 20 anos de alternativa


Francisco Maldonado Cortes não toureia na praça da sua terra, Estremoz, enquanto seu Pai, o Maestro José Cortes, "não desdizer o que disse há dois anos" e "não pedir desculpas" ao presidente da Câmara (proprietária da praça), Luis Mourinha (foto ao lado). A todos os amigos comuns que o interpelaram no sentido de ultrapassar essa quezília, o autarca tem dito a mesma coisa: o cavaleiro da terra, que este ano comemora o 20º aniversário da sua alternativa, não pisa a arena da praça de Estremoz enquanto seu Pai não lhe for "pedir desculpas" e "desdizer" tudo o que disse há dois anos numa entrevista ao "Jornal de Estremoz", quando expressou a sua revolta pelo facto de o filho nem sequer ter toureado na corrida de reinauguração da praça. É esta a razão pela qual Francisco Cortes continua impedido de comemorar na praça da sua terra os seus vinte anos de carreira profissional.
"Gosto muito do meu Pai, mas não posso estar a pagar por coisas que ele disse. Se o meu Pai matar um homem, também vou preso por ser seu filho?...", questiona Francisco Maldonado Cortes, manifestando a sua estupefacção pela permanente "guerra" que lhe foi declarada pelo presidente Luis Mourinha.
"Eu próprio já fui à Câmara falar com ele e a sua resposta foi a mesma: não me deixa tourear em Estremoz enquanto o meu Pai não lhe for pedir desculpas... não tem pés, nem cabeça...", acrescenta o cavaleiro.
Numa temporada em que outros cavaleiros assinalam também vinte anos de alternativa e já estão anunciados para as celebrar nas "suas" praças - "Nené" contratou Francisco Núncio para Évora e a nova empresa "Derechazo" seguiu o exemplo, anunciando Marco José nas Caldas da Rainha - Francisco Cortes corre o risco de não tourear em Estremoz no ano em que celebra duas décadas de alternativa.
Rui Bento, que no ano passado geriu a praça de Estremoz e João Pedro Bolota, que a vai gerir este ano, envidaram esforços para poder contratar Cortes, mas esbarraram no orgulho do presidente Mourinha. Ou há pedido de desculpas do Pai Cortes, ou Francisco não pisa a arena de Estremoz. Lamentável. Se até americanos e cubanos se estão agora a entender, será que Luis Mourinha e a ilustre Família Maldonado Cortes nunca mais chegam a um entendimento, privando a afición local e o toureiro de festejarem juntos a efeméride que Francisco este ano comemora?

Fotos Maria João Mil-Homens