segunda-feira, 11 de novembro de 2019

Morreu Teresa Tarouca, a fadista aristocrata


Morreu a fadista aristocrata. Teresa Tarouca, prima de Frei Hermano da Câmara e de Martia Teresa de Noronha, viveu largos anos com o mítico forcado Nuno Salvação Barreto, de quem teve uma filha, Marina. Afastada dos palcos há já alguns anos, doente e a viver na Casa do Artista, morreu esta manhã no Hospital São Francisco Xavier, em Lisboa. Tinha 77 anos

"Saudade, silêncio e sombra", "Testamento" ou o "Fado do Cartaz" são alguns dos temas mais famosos que Teresa Tarouca cantou. Oriunda de uma família aristocrática ligada à música, nasceu em Lisboa a 4 de Janeiro de 1942 com o nome de Teresa de Jesus Pinto Coelho Telles da Silva, adoptando desde muito cedo o nome artístico de Teresa Tarouca (apelido familiar). Com apenas 11 anos de idade começou a cantar o fado em espectáculos de beneficência e foi considerada a "menina prodígio" da chamada canção nacional.
Gravou o primeiro disco em 1962 com a editora RCA e em 1964 recebeu o Prémio Imprensa ou Prémio Bordalo, atribuído ao tempo pela Casa da Imprensa e que nesse mesmo ano distinguiu também Alfredo Marceneiro.
Actuou em vários países do mundo e em 1973 participou no Festival RTP da Canção. "Teresa Tarouca canta Pedro Homem de Mello", editado em 1989, foi um dos mais emblemáticos discos da sua carreira.
Teresa Tarouca viveu largos anos com o mítico forcado Nuno Salvação Barreto, cabo fundador dos Amadores de Lisboa, de quem teve uma filha, Marina.
Vivia há já alguns anos na Casa do Artista e estava doente. Já afastada dos palcos, teve ainda em 2008 uma participação especial no musical "Fado... esse malandro vadio", de João Núncio, com encenação de Francisco Horta. Em Junho de 2013 foi condecorada com a Comenda da Ordem do Infante D. Henrique, tal como Maria da Fé. Ainda em 2013 foi distinguida com o Prémio Carreira na 8ª edição dos Prémios Amália.
A  fadista morreu esta madrugada no Hospital São Francisco Xavier, aos 77 anos, vítima de pneumonia dupla. O seu corpo estará hoje a partir das 17h00 na Basílica da Estrela, em Lisboa, realizando-se as cerimónias fúnebres (cremação) amanhã, terça-feira.
A toda a ilustre família enlutada e em particular a sua filha Marina, endereçamos as mais sentidas condolências.
Que em paz descanse.

Foto D.R.