Foi aprovado esta sexta-feira, em sessão plenária da Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores, um projeto de resolução do CDS que recomenda ao Governo Regional a criação de mecanismos excepcionais de apoio aos ganadeiros da Região, de forma a mitigar os impactos financeiros causados pela pandemia da Covid-19.
O CDS avançou com a proposta no passado dia 3 de Junho, atendendo a que o cancelamento das festividades na Região, devido ao surto pandémico, inviabilizou a realização de touradas à corda e corridas de praça, afectando severamente as ganadarias, chegando mesmo a colocar em causa a viabilidade de algumas destas.
De acordo com o Vice-Presidente do Grupo Parlamentar do CDS-PP Açores, Alonso Miguel (foto), “a actividade económica dos ganadeiros merece a nossa atenção devido à elevada sazonalidade que a caracteriza, uma vez que grande parte das receitas é obtida entre os meses de Maio e Outubro, nomeadamente através das mais de duas centenas de touradas à corda que habitualmente se realizam em várias ilhas açorianas na época de verão, pese embora comporte elevados custos durante o ano inteiro, pois os animais têm de ser alimentados e requerem cuidados todos os dias”. “Nesta actividade, não existe lay-off”, frisou o deputado centrista.
No entender do CDS, “a situação crítica vivida pelos ganadeiros no âmbito da pandemia da Covid-19, bem como o impacto positivo muito significativo que as actividades tauromáquicas geram, habitualmente, na economia regional, justifica a criação de mecanismos públicos que permitam apoiar os custos de funcionamento e de manutenção da atividade, bem como assegurar os postos de trabalhos criados por estas empresas”.
Mediante a chamada de atenção do CDS/Açores para esta situação, o Governo Regional manifestou a sua concordância para com o teor do projecto de resolução e anunciou que em breve serão regulamentados os apoios sugeridos.
Recorde-se que, no início deste mês de junho, uma comitiva do CDS reuniu com dirigentes da Associação Regional de Criadores de Toiros de Tourada à Corda, a qual representa actualmente onze ganadarias da Ilha Terceira, três de São Jorge e uma da Graciosa, tendo sido abordadas as principais dificuldades sentidas pelas ganadarias em função da acentuada quebra de receitas em 2020, e discutidos os termos de possíveis modalidades de apoio ao sector.
Alonso Miguel manifestou, por fim, o alcance cultural desta iniciativa, afirmando que “a tradição tauromáquica nos Açores, com um enraizamento vincado em várias ilhas, arrasta multidões" e que "a Festa Brava é um extraordinário cartaz turístico da nossa Região”, reiterando ainda que “o CDS não defrauda a sua ligação à ruralidade, ao modo de vida das comunidades rurais e à riqueza cultural daí proveniente, estando na linha da frente da defesa do património açoriano e empenhando-se na preservação da nossa identidade açoriana”.
Foto D.R.