sexta-feira, 31 de dezembro de 2021

E se José Tomás toureasse em Lisboa na corrida de inauguração da próxima temporada?

E precisamente no último dia de 2021, segundo ano da terrível pandemia, deixamos aos aficionados aquela que pode ser a primeira grande "bomba" da próxima temporada, pese embora o facto de não existir ainda nenhuma confirmação oficial: o empresário Luis Miguel Pombeiro já estabeleceu contactos e anda atrás do mítico matador espanhol José Tomás para que este marque presença, em Julho, na corrida inaugural da nova temporada do Campo Pequeno, em Lisboa.

Questionado pelo "Farpas", o empresário não quis adiantar nada, salvaguardando-se com a sua postura habitual de "não anunciar uma coisa que depois pode não se concretizar, para não alimentar expectativas que mais tarde possam ser uma desilusão".

Mas o "Farpas" sabe que Pombeiro já teve contactos nesse sentido com o empresário espanhol José Maria Garzón, irmão do seu sócio Luis Garzón (na empresa Ibéria Toros) e tido como muito próximo de Salvador Boix, o apoderado de José Tomás, bem como do próprio toureiro.

E na última semana, Marco António Hierro, do site espanhol cultoro.es, por norma um jornalista bem informado, anunciou que "a presença de José Tomás em 2022, o único garante de 'la reventa', é possível em distintas praças europeias" - que significa que, se voltar às arenas, o mítico matador poderia não actuar somente em Espanha, mas fazê-lo também em França e... em Portugal.

O jornalista adianta que José Tomás poderia em 2022 apoiar o regresso do matador Alejandro Talavante e que ambos poderiam mesmo tourear mano-a-mano no próximo ano na praça de Córdoba, gerida precisamente por José Maria Garzón, que foi o último empresário a contratar José Tomás.

Outra praça onde José Tomás poderia actuar seria a de Málaga, adianta Marco António Hierro - e também aqui se fala de José Maria Garzón, citado como um dos potenciais candidatos ao concurso de La Malagueta, se bem que ainda nem tenha sido divulgado o respectivo caderno o de encargos. Tomás foi o último toureiro a esgotar a praça de Málaga pelas costuras quando ali actuou "mano-a-mano" com o rejoneador Pablo Hermoso de Mendoza.

E será esse "mano-a-mano", precisamente, o cartel com que Luis Miguel Pombeiro sonha para abrir a temporada lisboeta em Julho de 2022. Esta semana, na grande entrevista que deu ao "Farpas", Pombeiro anunciava precisamente a intenção de, mesmo que com menos corridas, levar a efeito "uma grande temporada" no próximo ano em Lisboa, passados que estão os dois anos difíceis da pandemia. E disse mais: disse que se voltasse a dar uma corrida mista, "seria com um cartel para esgotar"... sem adiantar contudo pormenores alguns.

Fica a dica - sempre relevando que nada está confirmado, muito menos a decisão de José Tomás de tourear em 2022.

A título de recordação, lembramos que José Tomás toureou já duas noites na praça do Campo Pequeno: a primeira foi em 7 de Agosto de 1997, "mano-a-mano" com o cavaleiro Paulo Caetano, numa das últimas corridas celebradas em Lisboa antes da praça encerrar para obras. Foi a corrida da entretanto extinta revista "Nova", lidaram-se toiros de Herdeiros de Conde Cabral e pegaram os forcados Amadores Lisboa, comandados ao tempo por José Luis Gomes. Caetano e Tomás sairam em ombros e essa noite foi considerada o maior acontecimento da temporada de 1997.

Em Setembro desse mesmo ano de 1997, no dia 4, José Tomás toureou pela segunda vez no Campo Pequeno na 5ª Corrida do "Correio da Manhã" (uma organização do recentemente falecido Manuel Andrade Guerra, ao tempo director-adjunto do jornal), formando cartel com o Maestro Vitor Mendes e os cavaleiros Luis Miguel da Veiga e João Moura. Pegaram os forcados Amadores do Montijo (comandados então pelo saudoso José Luis Figueiredo) e lidaram-se toiros da ganadaria de João Moura.

Fotos D.R., Marques Valentim e Emílio de Jesus/Arquivo

José Tomás na noite da sua estreia no Campo Pequeno, a 7
de Agosto de 1997, onde toureou "mano-a-mano" com o
cavaleiro Paulo Caetano

Dias antes da estreia em Lisboa, José Tomás esteve em 
Monforte numa tenta na herdade de Paulo Caetano e é desse
dia esta foto, ambos ladeando Miguel Alvarenga. Em baixo,
os programas das duas corridas em que o mítico toureiro
espanhol pisou a arena do Campo Pequeno no ano de 1997



Zuñiga e Zabala abrem temporada espanhola com duas grandes corridas em Fevereiro em Valdemorillo (Madrid)

Os empresários Carlos Zuñiga e Victor Zabala abrem a temporada espanhola de 2022 com uma grande Feira Taurina de San Blas em Valdemorillo (Madrid), composta por uma novilhada e duas fantásticas corridas de toiros.

Os sites espanhóis adiantam hoje os cartéis, ainda que sem confirmação oficial por parte da empresa:

- 6ª feira, 4 de Fevereiro - novilhos de Sánchez-Arjona para Manuel Diosleguarde, Isaac Fonseca e Álvaro Burdiel.

- Sábado, 5 - toiros de Zacarías Moreno para Morante de la Puebla, Diego Urdiales e Daniel Luque.

- Domingo, 6 - toiros de Montalvo para António Ferrera, Miguel Ángel Perera e Cayetano Rivera Ordoñez.

Foto D.R.

José Murillo Alvírez: morreu o decano dos ganaderos mexicanos

Com 95 anos de idade, morreu ontem em sua casa, na Cidade do México, vítima de problemas cardíacos, José Murillo Alvírez, proprietário da ganadaria San Filipe Torresmochas, decano dos ganaderos mexicanos.

Foi seu tio Alfonso Alvírez "El Tarzán", picador e que fora apoderado do ciclón Carlos Arruza, quem lhe incutiu o gosto pelos toiros desde jovem. 

Aficionado prático, chegou a tourear em alguns festivais e em 1969 fundou a sua célebre ganadaria, lidando pela primeira vez no ano de 1972 na praça de toiros La Florecita de Ciudad Satélite num festival em que actuaram os matadores Joselito Huerta, Curro Rivera e Manuel Espinosa "Armillita Chico", bem como os aficionados práticos Carlos Godoy e Valente Arellano.

Que em paz descanse.

Foto mundotoro.com

3 anos sem Bastinhas

Deixou-nos há três anos, precisamente no último dia de 2018, aquele que foi o mais querido, o mais popular e o mais emblemático e também - e sobretudo - um dos maiores cavaleiros tauromáquicos da segunda metade do século XX - temos saudades do eterno Joaquim Bastinhas!

Recordamo-lo e rendemos-lhe homenagem - com a certeza de que nunca haverá outro como ele!

Fotos Frederico Henriques e Emílio de Jesus/Arquivo

 

Covid cancela festas de La Puebla del Rio em Janeiro

A chamada sexta vaga da Covid-19, com os contactos a multiplicarem-se assustadoramente em todo o mundo pelo efeito da variante "Ómicron", levou já ao cancelamento das festas e dos encierros que em finais de Janeiro do próximo ano se deveriam realizar em La Puebla del Rio (Sevilha), eventos organizador pelo matador Morante de la Puebla todos os anos e que desta vez anunciavam a realização de dois encierros e de duas novilhadas sem picadores, de oportunidade aos novos, com início a 20 de Janeiro.

Uma festa única a que os repórteres do "Farpas" assistiram em 2020 (fotos), pouco antes de estalar a pandemia - e que já este ano não se realizaram.

Fotos M. Alvarenga


Emílio de Justo proclamado máximo triunfador da Feira de Cali

O matador espanhol Emílio de Justo, com duas saídas em ombros nas duas tardes em que actuou na praça Cañaveralejo esta semana, foi proclamado máximo triunfador da Feira de Cali, tendo sido distinguido com o Troféu Señor de los Cristales.

A ganadaria espanhola de Victorino Martín ganhou os prémios de melhor curro da feira e de melhor toiro (o nº 34, lidado ontem na última corrida do ciclo).

Foram ainda premiados Alejandro Adame (melhor novilheiro), Alex Benavides (melhor subalterno a pé), Clovis Velásquez (melhor subalterno a cavalo) e outorgada uma menção especial ao toiro "Formal" da ganadaria de Las Ventas del Espírito Santo (propriedade do antigo matador César Rincón), indultado pelo matador mexicano Joselito Adame na primeira corrida da feira.

Foto Diego Alais/tauroemocioncolombia/Facebook 


Feira de Cali termina com 9 orelhas e um rabo e todos em ombros!

A Feira de Cali, na Colômbia, ciclo triunfal presidido pelo português José Manuel Ferreira Paulo (Cachapim) fechou ontem com chave de ouro e um êxito apoteótico dos toureiros Luis Bolívar e Emílio de Justo (já proclamado máximo triunfador da feira), que actuavam mano-a-mano, e do ganadero Victorino Martín - que no final sairam todos em ombros (foto de cima).

O colombiano Luis Bolívar cortou as duas orelhas ao seu primeiro toiro, as duas ao segundo e foi silenciado no terceiro; o espanhol Emílio de Justo obteve as duas orelhas do seu primeiro toiro, cortou os máximos troféus no segundo, duas orelhas e rabo, e mais uma orelha ao terceiro do seu lote.

Os toiros de Victorino Martín, lendária ganadaria espanhola que pela primeira vez lidava em Cali, excederam todas as expectativas, tendo três deles (primeiro, terceiro e quarto) sido premiados por Ferreira Paulo com volta ao ruedo. Melhor era impossível!

Fotos Diego Alais/tauroemocioncolombia/Facebook

Luis Bolívar cortou quatro orelhas

Emílio de Justo: cinco orelhas e um rabo 
Brinde de Emílio de Justo ao ganadero Victorino Martín

Ontem, 5ª feira: 8.710 leram o "Farpas"

 


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quinta-feira, 30 de dezembro de 2021

Covid-19: mais 28.659 casos de infecção e 16 mortos em Portugal

Portugal contabilizou nas últimas 24 horas um novo recorde diário de novos casos de Covid-19: há mais 28.659 novos casos de infecções e 16 mortos. 

De acordo com o Boletim Epidemiológico divulgado esta quinta-feira pela Direcção-Geral da Saúde, o nosso país contabiliza desde o início da pandemia 18.937 óbitos e 1.358.817 casos confirmados da doença.


Há mais 63 pessoas internadas em enfermarias (1.034) e menos sete doentes em Unidades de Cuidados Intensivos (144). Mais 6.239 pessoas recuperaram da doença, num total de 1.181.456.


A Região de Lisboa e Vale do Tejo contabiliza mais 13.755 novos infectados; segue-se a Região Norte com mais 9.409 novos casos; o Centro com mais 3.202; o Alentejo com mais 935 e o Algarve com mais 549As Regiões Autónomas da Madeira e dos Açores contabilizam mais 563 e 249 casos, respectivamente.


Seis das vítimas mortais registaram-se na região de Lisboa e Vale do Tejo. Na região Norte morreram mais três pessoas, no Centro mais duas, no Alentejo mais uma e no Algarve mais quatro.


A incidência nacional de Covid-19 está já nos 923,4 casos de infecção por 100 mil habitantes. O R(t) está nos 1,29.


Pombeiro e Caetano terminam apoderamento

Reunidos esta tarde em Monforte, Luis Miguel Pombeiro e João Moura Caetano decidiram, de mútuo acordo e mantendo a amizade de sempre, seguir cada qual o seu caminho e pôr termo à relação profissional de apoderamento que os uniu somente nesta temporada de 2021.

O fim do apoderamento deverá ser oficializado nas próximas horas em comunicado. Moura Caetano pode agora nomear um novo apoderado para Portugal ou manter a sua carreira gerida exclusivamente pelo taurino espanhol Julian Alonso, recentemente nomeado como seu manager em Espanha, podendo ocupar-se também da gestão da carreira do toureiro no nosso país.

Foto M. Alvarenga

Histórias de toureiros e forcados no "Gambrinus"

Viviam-se os tempos conturbados do PREC (Processo Revolucionário Em Curso, anos de 1975 e 76). D. José João Zoio, saudoso cavaleiro tauromáquico, jantava no emblemático restaurante "Gambrinus" em Lisboa quando reconheceu, entre os comensais dessa noite, um activista do Partido Comunista responsável pelas ocupações selvagens em Alcácer do Sal, que ocupara a casa de João Núncio (entretanto falecido) e se passeara pelas ruas da vila vestindo uma casaca de tourear do Mestre...

Zoio esperou que o homem tivesse necessidades a satisfazer na casa de banho, para o apanhar fora dos olhos públicos, e assim que isso aconteceu, seguiu-de de imediato para o wc, dando-lhe no interior "uma tareia das antigas"

O episódio, se bem que sem grandes pormenores, foi hoje recordado numa grande e interessantíssima entrevista ao jornal "Inevitável" por José Brito, histórico empregado do mais famoso restaurante da capital ao longo de 54 anos.

Solicitado pelo jornalista Vitor Rainho, que o entrevistou, a recordar episódios curiosos passados lá dentro do "Gambrinus", José Brito lembrou precisamente esse acontecimento:

"Lembro-me de um indivíduo, acho que era José João Zoio, que era toureiro, de direita. E, na casa de banho, insurgiu-se lá com um de esquerda e pegaram-se lá dentro. Ainda estou mesmo a ver o meu colega a abrir a porta da casa de banho e a agarrá-lo pela gola e a sacá-lo cá para fora. Já foi há uns bons anos".

Mas não é esta a única referência que José Brito faz a clientes do "Gambrinus" ligados ao mundo da tauromaquia:

"Lembro-me que os forcados, para evitarmos que eles se pegassem - normalmente são gente que gosta de porrada - e iam lá à quinta-feira. Por exemplo, os de Vila Franca ou da Chamusca, a gente punha um grupo num lado ao fundo do balcão e outro ao pé da porta. Ficavam separados, E lá nunca se portaram mal, porque nós jogávamos com eles".

E diz mais:

"O Salvação Barreto, que também era um indivíduo que arranjava confusões em todo o lado, partia aí as discotecas todas, e ia lá ao 'Gambrinus' e nunca se portou mal. Tinham um certo respeito por nós. Ele, o Lapa, o Zé Pedro Faro, tudo do grupo do Salvação Barreto. Tinham respeito. Nós também moldávamos as coisas para correrem mais ou menos. Basicamente, o sítio onde se portava bem era no 'Gambrinus'".

Fotos D.R.

José Brito, o histórico empregado do "Gambrinus" ao longo de
mais de meio século (à direita) recorda várias figuras da
tauromaquia na grande entrevista ao jornal "i"
A célebre cena de pancadaria na casa de banho do "Gambrinus"
entre José João Zoio e o chefe da Reforma Agrária de Alcácer
aconteceu nos anos do PREC
Nuno Salvação Barreto e José Pedro Faro
"portavam-se sempre bem" no "Gambrinus",
recorda hoje José Brito na grande entrevista ao
jornal "i" (manchete em baixo)


2021, o ano em que perdemos os Melhores

José Júlio e Fernando dos Santos - dois Maestros do toureio 
a pé que nos deixaram neste ano negro de 2021

2021 foi o mais negro de todos os anos para o mundo da tauromaquia e aquele em que perdemos algumas das mais emblemáticas e carismáticas figuras do nosso meio - toureiros, forcados, ganadeiros, nomes importantes da escrita taurina. Uns levados pela maldita pandemia que desde 2020 assola o mundo, outros pelas mais diversas doenças, a realidade é que não há memória de um ano assim tão triste e tão trágico.

Recordá-los e também uma forma de os homenagear e lhes agradecer tudo aquilo que deram à Festa.

Maria Guiomar Cortes de Moura - ilustre ganadeira, viúva do ganadeiro António Moura, Mãe de Dita Moura Caetano e de Armando João Moura, sogra do cavaleiro Paulo Caetano e avó, entre outros, do também cavaleiro tauromáquico João Moura Caetano e da campeã olímpica Maria Moura Caetano, morreu aos 82 anos no Hospital da Luz, em Lisboa, a 11 de Janeiro, após longa enfermidade.

José Júlio - emblemático matador de toros de Vila Franca de Xira, um dos maiores da nossa História, figura consagrada a nível mundial, deixou-nos a 29 de Janeiro, no Hospital de Vila Franca, onde estava internado com covid-19.

Fernando Metzener Serra - nome consagrado do mundo da equitação, tio e mestre do cavaleiro tauromáquico Paulo Caetano, morreu a 30 de Janeiro.

Simão Nunes Comenda - um dos maiores nomes do GFA de Montemor e dos Forcados em geral, figura querida e respeitada no mundo tauromáquico, empresário da praça de toiros de Montemor-o-Novo, não resistiu à infecção por covid. Morreu com 80 anos, a 2 de Fevereiro, no Hospital Lusíadas, em Lisboa, onde estava internado desde 22 de Janeiro.

António Sacramento - um dos melhores bandarilheiros do seu tempo, natural de Coruche, morreu a 5 de Fevereiro com 82 anos.

João Manuel Vacas de Carvalho - outro histórico forcado dos Amadores de Montemor, membro de uma das mais ilustres Famílias taurinas deste país, deixou-nos a 7 de Fevereiro, também vítima de covid, no Hospital de Évora, onde estava internado há algumas semanas.

Alfredo Guaparrão - antigo forcado dos Amadores de Cascais, ex-empresário tauromáquico e apoderado de toureiros, morreu aos 65 anos, a 27 de Fevereiro, vítima de doença prolongada.

Adelino de Carvalho - mais um nome grande dos Forcados que nos deixou em 2021. Antigo cabo do grupo de forcados Profissionais de Lisboa, morreu a 4 de Março com 96 anos.

António Francisco Ramalho - também no mesmo dia 4 de Março, morria outro histórico forcado do Grupo de Montemor, António Francisco Ramalho, que todos conheciam por Amareleja, irmão de outro grande forcado, também já falecido, o inesquecível Manuel Augusto Ramalho (Mano Augusto).

Joaquim Azeda - igualmente vítima de covid e após algumas semanas internado no Hospital de Évora, Joaquim Azeda (70 anos) deixou-nos na manhã triste de 27 de Março. Forcado importante, fora cabo dos Amadores de São Manços no período em que o grupo alcançou a sua grande notoriedade (anos 70).

José Luis da Costa Horta (Maxinó) - vítima de problemas de saúde de que sofria há alguns anos, morreu a 1 de Maio no Hospital do Barreiro aquele que era uma das maiores referências dos forcados Amadores do Montijo e também dos Amadores Lusitanos - e sobretudo um dos maiores na sua arte.

Manuel Agostinho Pontes Dias - ganadeiro de nomeada, avô materno do matador de toiros Manuel Dias Gomes, sogro do antigo cabo dos Amadores de Lisboa, José Luis Gomes, morreu a 18 de Maio, vítima de um acidente vascular cerebral fulminante quando se encontrava no campo.

Joaquim Carvalho - grande aficionado alentejano, deixou-nos a 26 de Junho. Tinha 85 anos.

João Cortesão - antigo cavaleiro amador, fadista e autor de fados, escritor, crítico taurino de nomeada, apoderado de toureiros, era uma das figuras mais queridas e mais respeitadas no mundo tauromáquico nacional e até internacional. Foi uma das peças fundamentais durante anos no jornal "Farpas", cujas crónicas compilou em dois livros intitulados "P'ra que a terra não esqueça". Perdemos um grande e marcante Amigo. O João deixou-nos a 9 de Julho, vítima de vários problemas de saúde que o tinham obrigado já em diversas ocasiões a internamento hospitalar. Tinha 74 anos.

José Caraças - forcado histórico dos Amadores de Lisboa, também antigo empresário tauromáquico (chegou a estar num grupo que geriu a praça de Évora), deixou-nos a 25 de Julho.

Fernando dos Santos - célebre matador de toiros com largos historial em Portugal, Espanha e no México, onde era recordado e respeitado, foi um dos mais empreendedores empresários taurinos do país, inicialmente (anos 70) com praças portáteis dando corridas em várias localidades de norte a sul, sendo posteriormente e durante trinta anos empresário da. Monumental de Albufeira, que vendeu um ano antes de morrer. Foi também, nos anos 80, empresário da praça de toiros do Campo Pequeno. Deixou-nos a 9 de Agosto, tinha 82 anos.

Carlos da Gama Empis - antigo cabo dos Amadores de Santarém, empresário e apoderado de algumas das maiores figuras do toureio nacional, entre as quais João Moura, era uma das figuras mais emblemáticas e mais queridas no meio taurino português. Morreu a 20 de Agosto num estúpido acidente quando caiu da caixa aberta da sua carrinha, que estava a lavar. Tinha 72 anos.

António Garçoa - bandarilheiro conceituado, integrou durante muitos anos a quadrilha do saudoso José Mestre Batista, sobre o qual escreveu um livro biográfico recordando os melhores momentos dessa união. Foi também um respeitado director de corridas. Morreu a 7 de Setembro com 87 anos de idade.

João Aranha - dirigente desportivo, escritor e crítico tauromáquico, antigo colaborador do jornal "Correio da Manhã", deixou-nos a 8 de Setembro. Tinha 98 anos.

José Luis Pereira Dias - emblemático ganadeiro, pai de destacados campinos, um homem do campo e dos toiros que era respeitado por todos neste meio. Morreu a 14 de Outubro com 77 anos.

João Pedro Oliveira - segundo cabo dos Amadores de Évora, cargo em que sucedeu ao fundador João Nunes Patinhas, pai do actual cabo do mesmo nome, deixou-nos inesperadamente na noite de 18 de Outubro, vítima de embolia cerebral.


José Infante da Câmara - proprietário de uma das mais antigas ganadarias nacionais, figura querida no meio taurino nacional, deixou-nos também de forma inesperada a 23 de Outubro, vitimado por um ataque cardíaco quando se encontrava no campo.

Maria Teresa de Vasconcellos e Sá Grave - viúva do saudoso ganadeiro Engº Joaquim Grave, poetisa de raro sentimento, matriarca da ilustre Família Grave, morreu em sua casa, em Évora, a 19 de Novembro, com 93 anos.

Américo Chinita de Mira - outro nome glorioso dos Forcados, antigo cabo dos grupos de Amadores de Montemor e Amadores do Ribatejo, morreu a 24 de Novembro, aos 90 anos.

Manuel Andrade Guerra - nome consagrado do mundo jornalístico, iniciou a sua carreira nos anos 60 no "Diário de Notícias" - de que foi saneado, com o célebre "Grupo dos 24", em 1975 pelo então director do jornal, José Saramago. Foi depois fundador do diário "O Dia" e do semanário "Dez de Junho" e durante muitos anos director-adjunto do "Correio da Manhã". Crítico tauromáquico conceituado e respeitado, escritor, autor de vários livros, dois dos quais sobre tauromaquia (uma biografia de João Moura e outro dedicado aos cavaleiros D. Francisco de Mascarenhas, Luis Miguel da Veiga e José João Zoio, "Heróis com Arte"), foi autor de programas sobre tauromaquia e sobre os Combatentes do Ultramar em canais de televisão espanhóis e, entre outras actividades do mundo cultural, era Presidente Emérito da Real Tertúlia Tauromáquica D. Miguel I. Morreu a 30 de Novembro, faz hoje um mês, com 75 anos, no Hospital de Santa Maria, vítima de covid.

António Badajoz - foi o maior entre os toureiros de prata (bandarilheiros) nacionais. Apoderou toureiros e formou toureiros na Escola de Coruche, que fundou no final dos anos 50 com seu irmão Manuel. Morreu na véspera de Natal com 93 anos.

Fotos D.R./Emílio de Jesus/Arquivo, Luis Azevedo/Estúdio Z, Ezequiel/Arquivo, M. Alvarenga, Maria Mil-Homens e Sérgio Batista


Toiros de Victorino Martín hoje no encerramento da Feira de Cali

Depois do festival de ontem ter sido interrompido e suspenso a meio pelo dilúvio que se fez sentir na cidade colombiana, realiza-se hoje a última corrida da Feira Taurina de Cali, na praça de Cañaveralejo - que, como as anteriores, vai ser presidida/dirigida pelo empresário e apoderado português José Manuel Ferreira Paulo (Cachapim).

Pela primeira vez em Cali, aguardados com enorme expectativa, lidam-se seis toiros da emblemática ganadaria espanhola de Victorino Martín e actuam mano-a-mano os matadores Luis Bolívar e Emílio de Justo.

Foto www.tauroemocioncolombia.com