Miguel Alvarenga - O Fortinho brindou-nos este fim-de-semana no Linhó com uma maravilhosa cachupa (prato típico de Cabo Verde) cozinhada pela Mulher. Foi de comer e chorar por mais!
O 11º fim-de-semana na casa do "Big Brother" (pavilhão do regime de "Prisão em Dias Livres" onde cumpro pena pelo "crime" de "abuso de liberdade de imprensa" aos fins-de-semana) foi de vento em popa. Entraram três novos "hóspedes", a lotação da casa está completamente esgotada e neste momento, enquanto nenhum terminar a pena, não há reservas possíveis e a culpa é minha, gracejam os guardas, por "ter feito uma propaganda tão boa do hotel...".
Li, comi, dormi e animei a malta, como tem sido meu hábito. O Germano continua doido com a ida aos toiros. Leu o "Farpas" de fio a pavio e no domingo de manhã veio ter comigo: "Amigo Miguel, um homem não chora (ai chora, chora, digo-te eu, Germano amigo!), mas eu ontem chorei ao ler o que escreveu de mim. Magnífico!". E deu-me um abraço que me ia partindo os ossos...
Esta quinta (as pessoas estão fartas de perguntar) não vamos ao Campo Pequeno. A corrida dá na televisão e eu aproveito para me refugiar no "mê monti" em Évora, onde não fui a semana passada (atribulada...) por falta de tempo. Reaparecemos (eu, o Germano e desta vez mais alguns!) no dia 2 de Junho na grande festa dos 30 anos de alternativa de Paulo Caetano. Mas desta vez não revelo quem nos arranja os convites para não voltar a haver problemas com o Ruizinho... Pode ser o Paulo, pode ser o Bastinhas, pode ser algum dos filhos deles, pode ser o ganadeiro, podem ser os forcados, podem ser amigos meus que têm camarotes e nos levam, podem ser aficionados anónimos que têm acompanhado toda esta história e se disponibilizam a convidar reclusos do Linhó. Não digo e pronto.
Emocionei-me na casa a ler os artigos publicados no "Sol" e na "Sábado" sobre a morte do Dr. Frederico Valsassina. Também escrevi um no "Farpas" desta semana. "O homem que me chamava maestro". Conhecia os alunos do colégio um por um, tratava-os pelo nome ou pelas alcunhas que ele próprio lhes punha (como era o meu caso), foi um pai para todos os que frequentaram o Valsassina. Tenho saudades. Lembrei-me muito dele este fim-de-semana. Também chorei - como o Germano. Os homens choram.
As rosas continuam lindíssimas. Os caracóis continuam a trepar pelas paredes exteriores da casa. O tempo esteve magnífico. O fim-de-semana foi óptimo. Continuo em grande e a gramar à brava. Ainda não faltei um. Não sei se me dá uma coisa na cabeça no próximo e se não vou mas é ao "Rock in Rio" ouvir o Elton Jonh. Apetece-me imenso...
Foto João Dinis
