A Associação Nacional de Grupos de Forcados , uma das instituições galardoadas em 2017 pela Administração do Campo Pequeno com o Galardão Prestígio, vai entregar esse mesmo troféu ao Museu Taurino do Campo Pequeno, a título de depósito, para que ali permaneça em exposição, no Dia da Tauromaquia - anunciou José Luis Gomes, membro da direcção da ANGF, esta tarde na conferência de imprensa da PróToiro no Salão Nobre da praça.
Se algum dia se concretizar o sonho de ter o seu Museu do Forcado, o galardão será para lá trranferido, acrescentou o antigo cabo dos Forcados Amadores de Lisboa.
A ANGF vai também doar ao Museu do Campo Pequeno, para nele ser exposto, um dos seus símbolos mais relevantes, um Forcado.
Este representará, afirma a associação em comunicado, "a homenagem da ANGF a todos aqueles que perderam a vida quando realizavam pegas, tanto em corridas formais como em treinos".
José Luis Gomes anunciou ainda que no Festival do Dia da Tauromaquia, no próximo dia 23 na praça do Campo Pequeno, no final das cortesias, será rendida homenagem à memória de todos esses forcados que morreram na arena ou em consequência de acidentes sofridos na arena - dez no total desde 1953:
João Fernandes Júnior, conhecido por João Raiva, cabo dos Forcados Profissionais de Lisboa, que morreu em Setembro de 1953, um dia depois de uma bandarilha lhe ter perfurado o cérebro quando pegava um toiro na praça de Lisboa; José João Lameiras, do Grupo das Caldas da Rainha, vítima de colhida em 1982 em Albufeira; António Santos, cabo dos Amadores de Aveiras de Cima, vítima de colhida também em Albufeira no ano de 1987; Hélder Antono, dos Amadores de Alcochete, mortalmente colhido na praça de Alcochete em 1988; António Gouveia, dos Amadores do Montijo, vítima de colhida mortal em Angra do Heroísmo em 1991; Pedro Belacorça, dos Amadores de Portalegre, que morreu em 1998, um mês depois de ter sido atingido por uma bandarilha no peito na arena do Campo Pequeno; Ricardo Jorge Soares Silva "Pitó", membro dos Amadores de Vila Franbca, colhido mortalmente na praça da Arruda dos Vinhos em 2002; Francisco Matias, forcado do Grupo de Portalegre, vítima de colhida durante um treino em 2009 na localidade da Esperança; Pedro Miguel Primo, dos Amadores de Cuba, vítima de colhida mortal em Cuba em 2017; e Fernando Quintella, também colhido mortalmente por um toiro em 2017 na praça da Moita.
Os nomes de todos estes saudosos forcados ficarão referenciados junto ao Forcado no Museu do Campo Pequeno.
Foto M. Alvarenga
