Para a cara do terceiro toiro da noite em Alcochete, o poderoso e encastado exemplar da ganadaria de António Silva (vencedor do prémio de apresentação) com "apenas" 640 quilos, foi o cabo Nuno Santana, ainda e sempre um dos maiores forcados do país, que brindou a sorte a Daniel Gonçalino, o forcado que ontem despiu a jaqueta.
Poderoso, senhor de uma técnica exemplar, esteve Nuno bonito a citar, recuando a receber mandando na investida, qual toureiro de arte e valor, fechando-se com braços de ferro, estilo "daqui não saio, daqui ninguém me tira". O toiro "virou à direita", fugiu ao grupo e o forcado nunca saiu, protagonizando um dos mais emotivos momentos da corrida, todo o público de pé, até os companheiros chegarem e o ajudarem, concretizando em conjunto, mas com destacado valor para o poderio do grande Nuno, aquela que há-de ficar na História como uma das maiores pegas a que assisti nos últimos tempos. Épica, magistral, um verdadeiro hino à glória do Forcado Amador. Enorme! Alvoroço nas bancadas, praça de pé, honra a um grande forcado!
No final agradeceu fortíssima ovação no centro da arena com o cavaleiro António Prates e depois o público exigiu-lhe que ali ficasse sozinho e tributou-lhe nova e calorosa ovação, das maiores da noite.
Estivessemos nós em normalidade e Nuno Santana teria ontem dado as voltas que quisesse à arena e no final merecia apoteótica saída em ombros!
Fotos M. Alvarenga
