Superiormente lidado e toureado pelo triunfador Manuel Telles Bastos, o quinto toiro da noite (não há quinto mau e ontem cumpriu-se a regra) era o célebre Marismero, com 606 quilos, um toiro de bandeira que valeu a segunda chamada à arena foi ganadeiro Joaquim Grave, desta vez na companhia da sua outra filha Sarah.
Este foi, recorde-se, o toiro que em Setembro do ano passado feriu gravemente o ganadeiro Joaquim Grave, infringindo-lhe uma dura cornada, quando procedia a trabalhos de campo na Herdade da Galeana. Era, por isso mesmo, um dos toiros cuja vinda a Lisboa estava rodeada de maior expectativa e também um misto de emoção.
Não se adivinhava tarefa fácil para o forcado. Foi para a cara o consagrado Bernardo Dentinho, um forcado de dinastia do Grupo de Montemor, senhor de uma técnica e de um arrojo - que pode com qualquer toiro.
Citou de largo, deu toda a prioridade ao toiro, recuou com saber e fechou-se com decisão, consumando à primeira (como as outras duas de Montemor) uma pega vistosa, emotiva e memorável. O grupo ajudou em grande e Francisco Godinho voltou a brilhar a rabejar, como acontecera já nos toiros anteriores do seu grupo.
Dentinho brindou a sua pega a João Cabral, antigo e lembrado forcado dos Amadores de Montemor, autor de uma pega que nunca mais ninguém esqueceu, há alguns anos nesta praça e que ontem comemorava o seu aniversário natalício.
Fotos M. Alvarenga
