quinta-feira, 16 de setembro de 2021

Triunfo e colhida de "Juanito" na Moita

"Juanito" sofreu ontem à noite uma violenta e aparatosa colhida quando lidava de muleta o quarto toiro da corrida na Moita, segundo do seu lote, pertencente à ganadaria espanhola Nuñez de Tarifa.

Viveram-se momentos dramáticos e de angústia depois do toiro o projectar com violência no ar e sobre ele carregar já no chão, deixando-o fortemente combalido. O pai, o bandarilheiro Hugo Silva, bem como seu irmão Rodrigo, foram dos primeiros a saltar à arena a ajudar "Juanito".

Mesmo visivelmente diminuído, o matador terminou a sua faena com rasgos de valentia e pundonor, sendo depois premiado com uma volta à arena (das antigas, agora suprimidas pelas regras da pandemia, mas que aos poucos começam de novo a ser concedidas) exigida pelo público e permitida pelo director de corrida Tiago Tavares. Aliás, no último toiro da noite, "Juanito" voltou a dar outra volta.

Terminada a lida, ingressou na enfermaria pelo seu próprio pé, onde esteve em observação até "Cuqui", com quem actuava ontem mano-a-mano, terminar a faena do quinto toiro. "Juanito" voltou à arena, em mangas de camisa e com uma ligadura na perna, para lidar o último toiro da corrida, de Ascensão Vaz, frente ao qual esteve de novo valente e empolgou.

Segundo nos informou seu pai, sofreu um pequeno corte numa virilha e será posteriormente observado no hospital.

A segunda corrida da Feira da Moita - de que mais logo aqui publicaremos a detalhada análise de Miguel Alvarenga - registou uma fraca entrada de público, mas ficou marcada pelo valor e pela raça dos dois toureiros.

"Cuqui" destacou-se nas faenas dos seus dois primeiros toiros, de Nuñez de Tarifa e Oliveira, Irmãos, respectivamente, e não teve opções com o terceiro, um manso sem classe nem qualidade de Ascensão Vaz (quinto da ordem) que demorou mais de meia-hora a recolher aos currais...

Mais exuberante e a chegar por isso mais ao público, "Juanito" esteve em plano de triunfador nos seus três toiros - de Oliveira, Irmãos, de Nuñez de Tarifa e de Ascensão Vaz.

Com as bandarilhas, brilhou o grande Cláudio Miguel.

Fotos M. Alvarenga