quarta-feira, 14 de julho de 2010

Comunicado do jornal "Farpas"


Apesar das vontades que existiam em sentido contrário, a assembleia-geral da Associação Nacional de Grupos de Forcados manteve ontem o veto, ilegal e anti-constitucional, decretado em Janeiro de 2009 à corrida do jornal "Farpas", impedindo grupos associados de pegarem nesse espectáculo, que decorrerá no dia 8 de Agosto na Figueira da Foz.
A organização da corrida, a cargo do empresário António Manuel Gonçalves, contratara os grupos de Tomar e Cascais. Vai agora avançar, como aliás se anunciou em alternativa, com a Selecção de Forcados comandada por Francisco Costa, que já no ano passado assegurou na Corrida "Farpas" a presença da nobre arte de pegar toiros.
Num momento em que várias associações taurinas, todas elas comandadas por forcados, fingem um período de aparente união e paz, a ANGF veio ontem demonstrar precisamente o contrário: está na Festa, desde a primeira hora, para dividir e criar polémicas; está na Festa para tentar impor alguns grupos de forcados e aniquilar outros.
A expulsão - ou não admissão - do Grupo de Forcados do Pinhal Novo (a quem apresentamos a nossa solidariedade) é um acto de retaliação, inaceitável, pelo facto de elementos deste grupo, incluindo o cabo, terem no ano passado integrado a Selecção que pegou na corrida do nosso jornal.
Ainda ontem, o ganadeiro Dr. Joaquim Grave (ex-forcado, mas ex-forcado do tempo em que os forcados eram de verdade... e não de barro) deu ao mundo da tauromaquia uma grande lição, ao aceitar o pedido formal de desculpas do apoderado do cavaleiro Rui Fernandes, levantando o veto que a ganadaria decretara em Fevereiro ao toureiro.
A ANGF, pelo contrário, continua a agir de má fé e com um espírito de vingança que dura há mais de um ano. Os grupos de forcados associados vivem aterrorizados (pouco próprio de quem pega toiros) e não ousam assumir atitudes que vão contra a prepotência da organização, sob pena de serem expulsos.
A ANGF quer dominar a Festa de Toiros em Portugal, impondo regras e "leis" que não podemos continuar a tolerar. É tempo de dizer basta a uma associação que, ainda por cima, pulula na Festa sob um  manto de ilegalidades - nomeadamente financeiras e que urge denunciar rapidamente.
O jornal "Farpas" lamenta que o bom senso não tenha imperado. A 11ª Corrida "Farpas" vai ter forcados - porque, apesar de tudo, respeitamos e admiramos a figura do forcado e queremos continuar a dignificá-la com todas as letras. E porque consideramos que o forcado português não se identifica minimamente com a prepotência da dita associação, presidida por quem, como "forcado", deixa muito a desejar em relação aos verdadeiros forcados que integram a referida Selecção. A ANGF não é, não pode ser, a imagem de glória do forcado amador.
O jornal "Farpas" vai entregar o assunto ao seu advogado. Não há tempo para voltar atrás, mesmo que uma decisão judicial viesse a ser favorável, por forma a podermos contar este ano com grupos associados na nossa corrida. Mas é tempo de encostar estes meninos à parede e dizer-lhes que atitudes ilegais, anti-constitucionais e prepotentes não podem, nem devem, continuar a ser toleradas. Basta!

A Direcção do "Farpas