Miguel Alvarenga - Aos 83 anos, faleceu hoje em Lisboa o jornalista e famoso crítico tauromáquico Américo Saraiva Mendes - a cuja ilustre Família enlutada, em especial a suas filhas Maria Antónia e Maria João, endereçamos sentidos pêsames.
Natural da Golegã, onde nasceu a 10 de Janeiro de 1927, Américo Rodrigues da Silva Saraiva Mendes chegou a cursar Direito em Lisboa, após passagem pelo liceu de Santarém, mas o Jornalismo estava-lhe nas veias e essa seria a profissão que acabou por abraçar.
A sua paixão pela Festa Brava cedo o levou à escrita taurina. Era, no entanto, um dos jornalistas mais antigos do país - se não mesmo o decano da profissão.
Escreveu de toiros na revista "Flama" (onde se iniciou em 1944), no "Diário Ilustrado" (onde teve um suplemento taurino durante três anos), nos jornais "Novidades", "Época" e por fim no "Diário Popular".
Teve vários programas de rádio, quer na Renascença, quer no Rádio Clube. Foi também comentador taurino da RTP entre 1963 e 1965, substituindo no cargo o saudoso Nizza da Silva. Em 1991 foi agraciado com a Medalha de Mérito Cultural pelo Secretário de Estado da Cultura, Santana Lopes.
Terminou a sua carreira jornalística no "Correio da Manhã", mas sem escrever de toiros. Há largos anos que estava afastado, por vontade própria, da crítica tauromáquica.
Conhecia-o desde miúdo, das minhas primeiras andanças na Festa, nas bancadas do Campo Pequeno. Era uma referência para todos nós e foi para mim um verdadeiro ídolo da crítica tauromáquica.
O corpo de Saraiva Mendes estará a partir das 20 horas de hoje na Basílica da Estrela, realizando-se o funeral amanhã às 14 horas.
Na foto da esquerda, no Natal de 1975, na Serra da Estrela, da esquerda para a direita, os críticos taurinos José Manuel Severino, Hernâni Saragoça. Nizza da Silva e Saraiva Mendes.
Fotos D.R. e M. Alvarenga