terça-feira, 28 de setembro de 2010

Agravou-se o estado de Noélia Mota: médicos aguardam evolução nas próximas 72 horas


Agravou-se ontem ao final do dia o estado de saúde da rejoneadora espanhola Noélia Mota, de 21 anos, vítima de grave e impressionante colhida no passado domingo em Marbelha, quando actuava mano-a-mano com a cavaleira portuguesa Ana Rita - numa tarde em que actuaram também os Forcados Amadores de Arronches, que foram, aliás, os primeiros a acudir a toureira, tendo mesmo um pegador coberto com o seu o corpo inerte de Noélia.
A toureira sofreu fortíssimo embate com a cabeça no chão, o cavalo ainda rolou por cima de si e foi também depois, já inanimada, aparatosamente volteada pelo toiro. Sofreu traumatismos craniano, cervical, toráxico e abdominal.
Foi retirada inconsciente da arena, "como morta", recorda, ainda impressionado, o bandarilheiro português Paco Duarte, que actuava nessa corrida às ordens de Ana Rita. Noélia Mota chegou a recuperar os sentidos na enfermaria da praça, mas desfaleceu novamente e está desde então em coma, ligada às máquinas, na Unidade de Cuidados Intensivos do Hospital Carlos Haya, em Málaga.
Ontem os médicos tentaram diminuir a medicamentação para avaliar a reacção, mas o resultado foi negativo. A jovem toureira piorou.
Em declarações prestadas hoje ao site da revista "Aplausos" (www.aplausos.es), o pai da cavaleira, José Luis Mota, confirma que as últimas notícias sobre o estado de saúde da filha "não são positivas".
"Os dois coágulos de sangue que lhe detectaram na cabeça no domingo são preocupantes. Até ao momento não decidiram operar, continua 'sedada' e assim continuará pelo menos até ao próximo domingo", acrescenta o pai.
Nascida em Leganés (Madrid), Noélia Mota vive em Tarancón (Cuenca). Começou a montar aos 16 anos, teve por mestre o rejoneador lisboeta Diego Ventura e estreou-se nas arenas em 2007, a 14 de Abril, na praça de Barajas de Melo (Madrid), actuando ao lado de Javier San José e da portuguesa Joana Andrade. Cortou duas orelhas na tarde do seu debute.
Neste momento, a cavaleira ocupava o terceiro posto no escalafón (estatística da temporada), a seguir a Pablo Hermoso de Mendoza e a João Moura Júnior. Tinha ainda agendadas oito actuações até 12 de Outubro, o que lhe permitiria este ano vir a liderar o escalafón. Amanhã dia 29, actuava em Cabeza de Buey (Badajoz), quinta em Albalate de Zorita (Guadalajara), sexta em Navalmoral de la Mata (Badajoz), sábado em El Picazo (Cuenca), domingo em León, dia 9 em Torrejón de Calzada (Madrid), dia 10 em Fuengirola (Málaga) e dia 12 terminava a temporada em Estremera (província de Madrid).
Os médicos não arriscam prognósticos até se cumprirem as 72 horas sobre o acidente.

Foto D.R.