quinta-feira, 2 de setembro de 2010

O triunfo de Moura Jr. ontem em Illescas



Ricardo Relvas (correspondente em Espanha) - O presidente da corrida realizada ontem à tarde em Illescas (Toledo) negou descaradamente a merecida segunda orelha a João Moura Júnior, fortemente exigida pelo público, o que o impediu de sair em ombros - como se impunha e a sua actuação justificava.
A corrida de rejoneio registou um quarto de casa e lidaram-se seis toiritos de Mª del Rosária Huertas Vega, sem apresentação, mansos perdidos, uns toiritos para tirar a aficion a qualquer aficionado. Talvez por essa razão não tivesse havido passes para a "prensa". O único fotógrafo taurino que lá estava era eu. Sentado na bancada e com o bilhete comprado do meu bolso. Actos como estes vão contra a Festa Brava. Não fazem falta os anti-taurinos. Depois dizem que o público não vai às corridas. Pudera, com os preços a que estavam os bilhetes...
João Moura Júnior foi silenciado no primeiro toiro e cortou uma orelha ao segundo, com fortíssima petição da segunda. João esteve bem frente a um toiro que só queria tábuas. As sortes tiveram que ser a sesgo e o problema veio depois na hora de matar. O toiro não queria nada com os capotes, quem era capaz de o tirar das tábuas?...
O segundo toiro, dentro da mansidão, moveu-se um pouco mais. Moura realizou uma faena de sábio, transmitindo ao público o perigo que havia e matou à primeira tentativa. O público pediu insistentemente a segunda orelha, o presidente não a concedeu e deu-se a bronca. Foi vaiado durante largos minutos. João não saíu pela porta grande, mas o público reconheceu com admiração o esforço que o toureiro fez para agradar.
Andy Cartagena realizou uma faena alegre a um toiro manso e parado. Já o segundo parou-se no centro da praça e ali ficou. Foi uma lide de veterania. Premiado com uma orelha no primeiro e silêncio no segundo.
Javier San José teve a sorte de, dentro do mal, lhe ter tocado o melhor lote. Esteve airoso no primeiro e mais completo e variado no segundo. Matou os dois à primeira, cortou uma orelha ao primeiro e duas ao segundo. Saíu pela porta grande.

Fotos Ricardo Relvas