E pronto, queridos
amigos, por aqui me fico. Dia inteiro a trabalhar no jornal, sem tempo para
aqui vir. Amanhã, sábado, faço
este trajecto pela última vez em direcção à casa do "Big Brother" do
Estabelecimento Prisional do Linhó, 54 fins-de-semana depois do primeiro dia
(um ano e duas semanas mais!). Acaba domingo a minha pena. Sou livre outra vez.
Vou voltar a ter fins-de-semana... sem ser na prisa! Fui o segundo jornalista,
em mais de vinte anos, a cumprir uma pena de prisão (ainda que apenas aos
fins-de-semana) por um "crime" de "abuso de liberdade de
imprensa", depois de Manuel Maria Múrias, director do extinto jornal
"A Rua" (de que me honro de ter sido chefe de redacção!) - orgulho-me
imenso disso!
Foi uma experiência altamente enriquecedora, da qual procurei
sempre evidenciar os lados positivos e esquecer os negativos, com um sorriso.
Os meus filhos foram fantásticos. Deram-me a força que me faltava. Os meus
Pais, os meus irmãos, os meus Amigos. Todos. Os meus primos.
Domingo vou ter a
Maria Ana e o Guilherme, às nove da noite, à minha espera à porta do Linhó.
Nunca lá foram neste ano. Acertámos que só iriam no dia da saída definitiva. Lá
estarão para os beijar, os abraçar, lhes dizer que os amo muito, que me orgulho
imenso deles, que foram as bóias que me mantiveram à superfície quando estava
mesmo a ir ao fundo.
Aos meus companheiros do Linhó, aos guardas prisionais com
que convivi durante um ano - aquele abraço. Todas as lágrimas que vou tentar
esconder no domingo. Obrigado! Foram todos fantásticos, fomos sempre um por
todos e todos por um! Vou ter imensas saudades.
Obrigado, Ana, Mãe dos meus
filhos, por todo o apoio que me deste neste ano complicadote.
Obrigado, Maria
João, amiga de tantos anos, pela solidariedade que sempre senti, pelas algumas
vezes que me foste levar ao Linhó.
Obrigado, Clara. Pelo apoio, pelas
risadas.
Obrigado, Rita. E desculpa o que não correu bem.
Obrigado, Rui,
Guarany, João Duarte, Xico Caeiro, Diogo Passanha (que sábado me vai levar pela
última vez!), meu mano Nuno, pelas boleias que me deram para lá e para
cá.
Obrigado, Dr. João Camacho, meu advogado. Por tudo!
Obrigado, Margarida!
Porque no meio desta merda, me fizeste sorrir outra vez!
Solange e Dinis, Hugo, Cortesão, Relvas, Mateus, inclui-vos nos Amigos sem especificar. Mas quero muito agradecer também à turma do "Farpas". Sem vocês nada teria sido possível. Obrigado, ainda, Solange, pelas boleias. A ti, João Dinis, obrigado pela enorme reportagem que fizeste no Linhó e te revelou (ou confirmou) ainda mais o grande jornalista que vive em ti. Os teus telefonemas, João Cortesão, sempre que saía do Linhó, foram uma força que eu guardo para sempre, as tuas palavras, a tua graça, a minha tirada final, sempre igual: "ainda não foi desta, João..." (sabes do que falo). Também os teus telefonemas, Hugo Teixeira, sempre que batiam as nove da noite de domingo. E os teus, João Duarte. Eu sei que arranjei forças, onde as não tinha, para aguentar o barco sózinho, ia e vinha, naquelas 36 horas navegava ao sabor dos meus amigos de lá (que tanto significaram, que tanto significam), dos telefonemas que fazia para, em poucos minutos, ouvir as vozes que me davam tranquilidade e mais força ainda, da ansiedade de que chegassem por fim as 9 horas de domingo (da noite) para voltar a fazer a viagem em sentido contrário, rumo aos cinco dias semanais de liberdade em que tinha que viver a correr. Agora acaba. Não se agradece nada aos amigos. Não se diz obrigado, não é preciso. Mas eu quero dizer. Bem alto. Estive um ano preso aos fins-de-semana no Linhó. Mas vocês estavam a meu lado. Eu sabia e sentia. Foi bom.
Solange e Dinis, Hugo, Cortesão, Relvas, Mateus, inclui-vos nos Amigos sem especificar. Mas quero muito agradecer também à turma do "Farpas". Sem vocês nada teria sido possível. Obrigado, ainda, Solange, pelas boleias. A ti, João Dinis, obrigado pela enorme reportagem que fizeste no Linhó e te revelou (ou confirmou) ainda mais o grande jornalista que vive em ti. Os teus telefonemas, João Cortesão, sempre que saía do Linhó, foram uma força que eu guardo para sempre, as tuas palavras, a tua graça, a minha tirada final, sempre igual: "ainda não foi desta, João..." (sabes do que falo). Também os teus telefonemas, Hugo Teixeira, sempre que batiam as nove da noite de domingo. E os teus, João Duarte. Eu sei que arranjei forças, onde as não tinha, para aguentar o barco sózinho, ia e vinha, naquelas 36 horas navegava ao sabor dos meus amigos de lá (que tanto significaram, que tanto significam), dos telefonemas que fazia para, em poucos minutos, ouvir as vozes que me davam tranquilidade e mais força ainda, da ansiedade de que chegassem por fim as 9 horas de domingo (da noite) para voltar a fazer a viagem em sentido contrário, rumo aos cinco dias semanais de liberdade em que tinha que viver a correr. Agora acaba. Não se agradece nada aos amigos. Não se diz obrigado, não é preciso. Mas eu quero dizer. Bem alto. Estive um ano preso aos fins-de-semana no Linhó. Mas vocês estavam a meu lado. Eu sabia e sentia. Foi bom.
Foto D.R.