Miguel Alvarenga - Alfredo Conde nunca foi empresário tauromáquico, ganadeiro, essas coisas que hoje estão mais na moda e no seu tempo eram exclusivo de alguns, apenas.
Mas pode dizer-se, sem risco de errar ou
sequer exagerar, que na arena foi um dos homens mais completos do seu tempo.
Toureou a pé, foi valente forcado no
Grupo de Santarém e foi, sobretudo, exímio cavaleiro tauromáquico, um portento
de classe e de classicismo.
Era o que chama um toureiro
desembaraçado, para quem não havia toiros fáceis ou difíceis, que desenvolveu a
sua carreira na base do respeito pelos mais elementares princípios que
nortearam, desde sempre, a nobre arte de tourear a cavalo.
Bateu-se com os grandes da sua época e
ainda como muitos dos novos que surgiram já na fase final da sua carreira - e
nunca "ficou por baixo".
O gosto pelos cavalos e os dotes que
Deus lhe deu para lidar com eles fizeram dele um equitador nato, do melhor que
existiu neste país e mesmo a nível mundial.
Não sendo nobre, era um aristocrata na
forma e na postura, na arte e no saber - ou não se chamasse Conde.
Tudo o que fez, fê-lo com entrega, com
profissionalismo, com perfeccionismo e, acima de tudo, com paixão.
Tardou, mas fez-se. E ainda bem. A
homenagem que ele merecia na terra onde nasceu. Esta.
Foto D.R.