Esta é a última imagem que guardo de Manuel dos Santos, antiga glória do nosso toureio e pé (que ainda vi tourear em festivais), empresário dinâmico (houve lá algum igual!) do Campo Pequeno e de muitas outras praças. Era "este", exactamente assim, que me recebia no seu escritório da praça de toiros, no primeiro andar, todas as sextas-feiras para "discutirmos" as touradas da véspera.
Morreu há 39 anos, estupidamente, num desastre de automóvel. No dia em que escrevi a minha primeira crónica taurina num jornal, o "Cidade de Tomar", dois anos depois da sua morte, voltei a subir ao primeiro andar do Campo Pequeno e levei-a a seu filho, que ao tempo era o empresário. "Vou guardá-la aqui nos arquivos, o meu Pai haveria de gostar de lê-la", disse o Manuel Jorge. Sei lá se ainda está nalgum arquivo. Mas sei, tenho a certeza, de que, estando onde estiver, o meu querido Mestre a há-de ter lido. E comentado. "Ó Miguelito, não é assim, é assado...". Eu já estava habituado a aprender com ele...
Foto D.R.