A bomba pode estoirar a qualquer
momento: segundo apurámos, António Ribeiro Telles, primeiríssima Figura do
toureio equestre nacional, maior e reconhecido intérprete do chamado toureio
clássico, com 29 anos de carreira profissional (alternativa) e 49 de idade,
admite abandonar temporariamente as arenas "até que isto entre nos
eixos".
A decisão, comunicada apenas no restrito
meio familiar, pode inclusivamente apanhar de surpresa todo o Clã da Torrinha,
onde António é referenciado como o mais fiel seguidor do estilo imposto por seu
Pai, Mestre David Ribeiro Telles.
O descontentamento de António - e de seu
irmão e apoderado Manuel, também antigo cavaleiro tauromáquico - surge, segundo
apurámos, na sequência da corrida de toiros em que participou ontem na praça da
Moita do Ribatejo e onde a empresa "Toiros & Tauromaquia" não
terá cumprido os compromissos anteriormente assumidos no que respeita a honorários.
Alegando ter vendido apenas cerca de
1.800 bilhetes numa corrida em que, além de António Telles, actuaram os
cavaleiros Rui Salvador e Luis Rouxinol, um membro da empresa liderada por
António Manuel Cardoso "Nené" terá alegado aos apoderados dos toureiros
que o dinheiro "não chegava nem para a renda da praça", procedendo a
significativos "cortes" nos cachet's combinados com os toureiros...
que vieram da Moita "quase de mãos a abanar".
Incomodado, desiludido e "sem moral
para prosseguir", António Ribeiro Telles terá mesmo desafabado com o irmão
(seu apoderado) que "assim, não", que "nunca pagou para tourear"
e que "não seria agora que o iria fazer".
O Maestro da Torrinha pondera seriamente
a hipótese de abandonar temporariamente a actividade, "até que as coisas
se definam" ou "tourear apenas para empresas credíveis", podendo
seguir o exemplo de João Salgueiro, que este ano anunciou "tourear menos
corridas" e "só aparecer quando as condições estiverem
reunidas".
Nada está ainda decidido, mas o descontentamento e a desilusão de António Ribeiro Telles face ao "momento que se vive" e "à postura de certas empresas", pode levá-lo a "recolher-se" por uns tempos ou, pelo menos, "a diminuir o número de actuações" a fim de "não correr riscos como o de ontem".
Nada está ainda decidido, mas o descontentamento e a desilusão de António Ribeiro Telles face ao "momento que se vive" e "à postura de certas empresas", pode levá-lo a "recolher-se" por uns tempos ou, pelo menos, "a diminuir o número de actuações" a fim de "não correr riscos como o de ontem".
Até ao momento, não há uma decisão
oficial do toureiro, mas a qualquer momento ela pode acontecer.
Este ano e face à crise, já
suspenderam a actividade quatro cavaleiros tauromáquicos: Tomás Pinto, Manuel
Lupi, José Manuel Duarte e Vitor Ribeiro.
Foto M. Alvarenga/Arquivo