segunda-feira, 8 de abril de 2013

Portugueses triunfam em Almendralejo: as fotos do êxito luso

A corrida de Almendralejo marcou a estreia do bandarilheiro Paco Duarte
na quadrilha de João R. Telles, depois de ter abandonado o team mourista
Experiência e raça de Rui Fernandes permitiram-lhe triunfar com o pior toiro
da tarde em Almendralejo. Faltou toiro, sobrou Toureiro! Olé!
Soberna e destacada, sem um reparo, a fantástica actuação
de João Moura Caetano no sábado em Almendralejo
Grande lide de João Moura Jr., igualmente premiado com duas orelhas
Momentos da brilhante actuação do "novo" João Ribeiro Telles!
Manuel Manzanares cortou uma orelha
Atenção a Manuel Moreno, pupilo de Diego Ventura. Pode ser um "caso"!

Miguel Alvarenga - Normalmente lidados a pé (e eleitos pelas Figuras), raramente anunciados em corridas de rejoneio (toureio equestre), os toiros da ganadaria Zalduendo proporcionaram excelente e animada tarde no último sábado em Almendralejo (Cáceres), como já ontem aqui referimos. Dois, o quarto (lidado por Telles) e o sexto (que coube ao espanhol Moreno) foram mesmo premiados com aplaudida volta ao ruedo.
Tratou-se de um festival montado pela empresa de Cutiño e Dominguez, mas apesar de o ser, os bandarilheiros envergaram o traje de luces. Não era data tradicional, o sol raiou, mas a tarde estava fria e isso terá contribuído para a escassa presença de público nas bancadas - onde se encontravam alguns portugueses. A presença de quatro cavaleiros lusos no cartel terá justificado essa presença. E ninguém saíu defraudado, antes pelo contrário. A tarde correu de feição aos representantes do nosso toureio a cavalo.
Abriu praça Rui Fernandes a quem, por azar, tocou o único toiro mau da corrida. Mansote e reservado. Valeu ter tido pela frente um toureiro com a raça, a garra, a experiência, a madurez e a entrega a que sempre nos habituou o "loirinho". Com cavalos para todas as soluções, Rui Fernandes "armou o taco" mesmo sem ter matéria-prima por diante. A actuação foi em crescendo e terminou da melhor forma com um "rejonazo" certeiro que lhe valeu duas orelhas e lhe assegurou a saída em ombros. Deixou a parada alta... mas os companheiros responderam com a mesmíssima moeda!
Seguiu-se João Moura Caetano. O triunfador da última temporada portuguesa foi a Espanha abrir a sua campanha de 2013 e demonstrar que a inicia com o mesmo ritmo com que fechara a anterior. Foi autor de uma soberba actuação, sem dúvida a mais destacada da tarde - e a única em que, para além das duas merecidas orelhas, o público pediu fortemente o rabo, não concedido pela presidência. Senhor da situação, Moura Caetano encontrou toiro em todos os terrenos, bregou com temple e arte, cravou com rigor, recriou-se nos remates, encantou tudo e todos.
João Moura Jr. entrou decidido e a jogá-las. Brilhou a lidar e a cravar, ao melhor estilo do chamado toureio mourista. Entusiasmou o conclave com as batidas ao piton contrário e os ferros de parar corações. O público levantou-se das bancadas e no final foi igualmente premiado com duas merecidas orelhas.
Corria a tarde de feição para os cavaleiros portugueses quando na arena entrou João Ribeiro Telles naquela que era a sua segunda presença deste ano em Espanha, depois de ter participado já em Janeiro na Feira de Ajalvir. Surpreendeu pela forma e pela "nova" interpretação do toureio, tudo levando a crer que temos um "novo" João Telles para a temporada de 2013. Sem "populismo", muito mais toureiro e muito mais sóbrio, recebeu e parou o toiro com impressionante calmaria e imensa classe. Esteve depois imponente nas sortes, imprimindo rigor e perfeição em tudo o que fez. Matou bem e igualou em troféus os seus compatriotas: duas merecidas orelhas.
Faltavam os dois rejoneadores espanhóis. Manuel Manzanares (pupilo de Pablo Hermoso) e Manuel Moreno (pupilo de Diego Ventura).
Manuel Manzanares começou com algum desacerto, falhando por duas vezes o primeiro rojão de castigo. Depois, recompôs-se e compôs-se e a lide decorreu de "menos a mais", evidenciando técnica e conhecimento, mas demonstrando estar ainda para o rejoneio a léguas do que seu irmão José Maria está para o toureio a pé. Cortou uma orelha.
Quanto a Manuel Moreno... alto e pára o baile, que este pode ser um caso sério! Tem a escola de Ventura e a raça dos eleitos. Especialmente nos curtos, entusiasmou com sortes desassombradas e de onde saíu "por milímetros". Podemos estar perante um futuro "caso". Tomem nota do nome. Cortou duas orelhas e acompanhou os portugueses na triunfal saída em ombros.
Merecidos aplausos para o desempenho de todos os bandarilheiros nacionais que pisaram, com dignidade e valor, a arena de Almendralejo no sábado: João Prates "Belmonte", Pedro Paulino, João Diogo Fera, Hugo Silva, Benito Moura, Nuno Oliveira, João Curto e Paco Duarte.

Fotos M. Alvarenga e Hugo Teixeira/cortesia diariotaurino.blogspot.com