Fazem alguma falta os anti-taurinos quando os próprios (ditos) taurinos passam a vida à estalada uns com os outros?... |
Comparados com os (ditos) taurinos, os
anti-taurinos são uns anjos - e eu cada vez mais os admiro. Lutam pelos seus
ideais, que não são os meus - mas respeito. Têm o direito de não gostar de
touradas. De dizer mal das touradas. De considerar que se trata de um
espectáculo bárbaro. Mas têm o direito...
Em contrapartida, os (ditos) taurinos,
em lugar de se unirem e transmitirem para o exterior uma imagem de força e
coesão - andam todos permanentemente ao estalo. O meio taurino é uma espécie de
Far-West sem rei nem roque. O recente exemplo - triste, lamentável - dado pela
Associação de Forcados (que acabou por cavar bem funda a sua própria sepultura
- como há muito se previa) é disso prova sintomática. Em lugar de unir, vetam,
dividem, criam confusão. Desta vez, o tiro saíu-lhes pela culatra...
Como efeito desta guerra, depois de
vetados pela Associação de Empresários, os forcados vão obrigatoriamente ficar
divididos. Ou se voltam contra a Associação e furam o "veto" à
"Gestoiro", passando a pegar para todas as empresas que, por sua vez,
vetaram a Associação; ou ficam em casa, sem pegar. Virou-se, repito, o feitiço
contra o feiticeiro...
Foi bom? Não. Claro que foi mau.
Enquanto representante e defensora dos forcados, a Associação faz falta.
Enquanto instrumento de destabilização, de divisão e de confusão, a Associação
não faz falta nenhuma. Pode desaparecer, que ninguém lhe sentirá a falta. Mas é
pena que os seus dirigentes não tenham tido, ao longo dos anos, cabeça e bom
senso para levar o barco a bom porto. Pelo contrário, criaram tempestadas e
causaram naufrágios. Lamentável...
Com gente desta no meio taurino, que
falta fazem os anti-taurinos? Divertem, fazer barulho, agitam as hostes de
quando em vez, tocam panelas à porta do Campo Pequeno... mas até hoje não
conseguiram ainda fazer tão mal à Festa como lhe têm feito os seus próprios
intervenientes. E isso é triste...
A batalha (perdida) dos forcados contra
a empresa "Gestoiro" e a consequente guerra das empresas contra os
forcados foi apenas e só um triste e lamentável episódio - perfeitamente
dispensável e altamente prejudicial para o espectáculo tauromáquico...
Valeu a pena? Claro que não valeu. Veio
mudar alguma coisa? Também não. Vão continuar a haver corridas de toiros e vão
continuar a pegar os forcados. Para trás, ficará apenas uma imagem degradante
de uma gente que não se entende, que passa a vida às cabeçadas e que em nada
contribui para o engrandecimento e para a boa imagem de um espectáculo secular,
tão enraizado nas tradições e na cultura de um povo que já perdeu tantos
valores e se arrisca um dia destes a perder mais um...
Falta o quê para pôr isto na ordem?
Faltam líderes, faltam cabeças - e falta, sobretudo, gente inteligente. O meio
taurino está pejado de "xicos espertos" - e os "xicos
espertos" foram sempre nefastos a qualquer actividade e em qualquer meio.
Não servem. Não prestam. Querem mandar e liderar - mas falta-lhes cabeça para
isso. Julgam-se o máximo e, no fim, não valem nada...
Nunca ninguém imaginou que a Associação
de Empresários (a maior parte deles ex-forcados) tomasse a posição que tomou a
batesse os pés da forma que os bateu à Associação de Forcados. Até aqui, os
forcados reinaram a seu bel-prazer. Puseram e dispuseram, vetaram e expulsaram
companheiros, vetaram empresas, foram "lei" contra a própria lei.
Mais tarde ou mais cedo, isto havia de mudar. Mudou depois de os empresários,
finalmente, terem saltado em defesa de uns associados (a "Gestoiro"
dos Tendeiro) e terem encostado a Associação de Forcados à parede: ou levantava
o "veto" ou ficava ela "vetada"... Ficou mesmo...
Lamentavelmente, a Associação de
Forcados não cedeu. Manteve o "veto". Manteve o "orgulho".
E com isso, provocou a sua queda, o seu fim. Desmoronou-se. E a seguir vai
desmembrar-se. Valeu a pena? Não. Tiveram cabeça? Não. Foram inteligentes? Não
o são...
Os patrocínios - legais, aceitáveis e,
mais que isso, louváveis - foram discutidos na célebre reunião de empresários
com forcados. Com alguma agitação pelo meio...
É tempo de acabar de uma vez por todas
com estes "fantasmas". Será crime tentar ajudar ao sucesso de um
espectáculo vendendo bilhetes na sua zona de intervenção. Será crime um
empresário propor a um grupo de forcados ou mesmo a um toureiro que tente
vender bilhetes na sua zona? Será crime uma empresa procurar angariar
patrocínios? Não é deles que vivem os corredores de Fórmula 1, as equipas de
futebol? Isso pode acontecer em todos os meios artísticos, menos nas
touradas?...
José Luis Figueiredo, ex-forcado e
ex-cabo, que participava na reunião da Associação de Empresários na qualidade,
óbvia, de empresário, lembrou mesmo que há uns anos um cabo de um célebre grupo
lhe propôs "retirar" outro grupo de uma corrida para entrar o seu...
a troco de arranjar patrocínios... isso é que já não bate certo, verdade?...
A dado momento, o clima agitou-se com
José Luis Gomes e Tendeiro a trocarem agitados mimos... O antigo cabo dos
Forcados de Lisboa, também empresário, participava na assembleia-geral da
Associação de Empresários em que se ia discutir o "veto" da
Associação de Forcados (a cuja direcão pertence...) à empresa
"Gestoiro". Perguntar não ofende: de que lado estava José Luis
naquele momento? Do lado dos empresários (a cuja associação pertence) ou do
lado dos forcados (a cuja direcção pertence)?...
Já agora, por que razão a empresa
"Gestoiro" terá deixado de imprimir a sua publicidade na gráfica
"dos forcados" (salvo seja), passando a fazê-lo em Espanha? Terá
alguma coisa a ver com o facto de um ex-cabo ter uma sociedade com o boss dessa
histórica gráfica?...
Em Espanha, no último fim-de-semana,
embargado pelas Finanças o cachet de uma Figura do toureio luso. O camion dos
cavalos também... e a carrinha de quadrilhas iden, iden, aspas, aspas...
Abel Correia assume, como se previa, o apoderamento de
Miguel Moura, depois de João Pedro Bolota o ter deixado... sem explicações...
Por detrás da ruptura de Bolota com
Miguel Moura podem estar - e estão, certamente - problemas relacionados com a
contratação do Maestro João Moura, nomeadamente para Santarém (onde iria encabeçar
o cartel da corrida de Junho e dar a alternativa a Mateus Prieto) e para
Setúbal (para onde estava contratado para dia 3 de Agosto e se deixou depois
contratar para o mesmo dia em Abiúl, "solicitando" a Bolota que
antecipasse a corrida na praça "Carlos Relvas" para dia 2, ao que
este não acedeu)...
João Maria Branco deverá mesmo fazer a
apresentação como cavaleiro de alternativa, depois do doutoramento em Lisboa a
16 de Maio, na corrida de 1 de Junho em Portalegre, frente aos toiros de
Murteira Grave. Estão super-adiantadas as negociações do empresário Henrique
Gil com o apoderado do cavaleiro, Rui Bento...