Largas centenas de pessoas, entre as quais muitas figuras do mundo da tauromaquia e, sobretudo, forcados de todos os grupos e a maioria dos respectivos cabos, marcaram presença ao final da tarde na Igreja de São João de Deus - um verdadeiro mar de gente - em Lisboa, onde foi celebrada missa por alma de José Maria Cortes, cabo dos Forcados Amadores de Montemor, falecido ao meio-dia de hoje no Hospital de Santa Maria, em consequência da facada no coração sofrida na madrugada de domingo numa rixa em Alcácer do Sal.
Lágrimas nos olhos de muita gente e um ambiente de tristeza e consternação, também de revolta e indignação pelas trágicas condições em que terminou a vida de um jovem na flor da idade, marcaram o acto.
Contrariamente ao que muitos pensavam e chegara mesmo a ser noticiado, não foi uma missa de corpo presente, uma vez que os restos mortais de José Maria não foram ainda "libertados", isto é, o corpo permanece no hospital, não apenas porque o forcado era dador de orgãos, mas também por que, devido a tratar-se de um crime, é necessária a realização da autópsia, exame fundamental para avaliar as verdadeiras causas da morte - e também a forma como esta ocorreu.
Não se sabe ainda se o corpo de José Maria Cortes irá já amanhã ou só no sábado para a Igreja de São João de Deus, onde será velado, seguindo-se depois as cerimónias fúnebres (cremação) que deverão decorrer no cemitério do Alto de S. João ou no dos Olivais.
A igreja completamente cheia foi a prova do carinho, da amizade e do respeito que todos nutriam por José Maria Cortes, sem dúvida um dos maiores Forcados da actualidade - mas foi também a prova da revolta e da indignação com que a aficion portuguesa reagiu ao homicídio que roubou a vida a um jovem de 29 anos.
Mais significativo ainda que a grande presença de amigos e aficionados, mas sobretudo de forcados - unidos pela mesma dor - esta tarde na Igreja de São João de Deus, ficam os dados históricos do absoluto recorde de visitas alcançado até ao momento pelo "Farpas Blogue" - mais de 40 mil visitaram-nos hoje, certamente para ir sabendo onde e como poderiam prestar a derradeira homenagem a José Maria Cortes.
Foto D.R.