De há muito que o cavaleiro João Moura
tem o seu nome gravado a letras de ouro na história da tauromaquia mundial. Ao
longo de 35 anos de profissionalismo, que este ano comemora, efeméride que a empresa do
Campo Pequeno saúda "com especial satisfação", consolidou uma profunda revolução
no toureio a cavalo, criando uma tauromaquia própria, que atravessou
fronteiras. Na corrida da próxima quinta-feira (4 de Julho, com início às 21h30),
os aficionados terão oportunidade de mostrar a João Moura (na foto ao lado, em 1976, com o célebre cavalo "Ferrolho", na Monumental de Madrid, onde tudo começou) toda a gratidão pelo
seu legado para a história do toureio a cavalo.
Alternam com João Moura dois jovens
cavaleiros de duas importantes dinastias do toureio de Portugal e Espanha:
Manuel Ribeiro Telles Bastos e Manuel Manzanares.
Manuel Ribeiro Telles representa a
linha clássica do toureio a cavalo, que tão bem absorveu de seu avô, Mestre
David Ribeiro Telles, seu padrinho de Alternativa e também padrinho de
alternativa de João Moura. Por seu turno, Manuel Manzanares representa a
entrada no "rejoneo" de uma dinastia que até agora deu dois matadores
de toiros, ambos com o mesmo nome artístico: José Maria Manzanares. Manzanares
pai passou à história como uma das maiores figuras mundiais do toureio do
século XX e Manzanares filho é, após 10 anos de alternativa, uma das maiores
figuras do toureio na actualidade. Cabe agora a Manuel Manzanares, que nesta
corrida confirma sua alternativa, prolongar nas arenas todo o esplendor do
apelido toureiro da família.
As pegas estarão a cargo dos grupos de
forcados Amadores de Portalegre e Aposento da Moita, dois grupos de grandes
pergaminhos na arte de pegar toiros. O grupo do Aposento a Moita apresenta-se
em Lisboa com o novo cabo: José Pedro Pires da Costa, também ele um forcado de
dinastia.
Serão lidados seis preciosos toiros da
ganadaria Brito Paes, que se estreou em Beja a 10 de Agosto de 1962. O encaste
actual desta ganadaria é Soler-Pinto Barreiros e Cabral Ascenção e a sua
procedência Filipe Malta.
Abrilhanta a corrida a Banda Filarmónica
da Sociedade do Progresso e Labor Samouquense, dirigida pelo Maestro Jorge
Taneco.
Fotos M. Alvarenga e Enrique/Arquivo