O drama do matador de toiros José Luis Gonçalves, ainda em estado "crítico" e em coma induzido na Unidade de Cuidados Intensivos do Hospital de Santa Maria (onde há um mês faleceu o antigo cabo dos Forcados de Montemor, José Maria Cortes) é tema de capa da edição de hoje da revista "Lux".
José Luis Gonçalves foi anteontem operado à cabeça, pela segunda vez, segundo informou o Hospital de Santa Maria em comunicado, por "a sua situação clínica ter sofrido um agravamento do ponto de vista neurológico".
A intervenção cirúrgica durou cerca de cinco horas e, segundo o "Correio da Manhã", constitiui em "retirar uma parte do crânio, do lado esquerdo, para tentar reduzir e pressão produzida pela inflamação da massa encefálica".
O neurocirurgião Dr. Armando Hasse Ferreira explicou ao "CM" que em caso de edema (inchaço) cerebral, "o osso é retirado do crânio e colocado por baixo da pele do abdomen, na gordura do meio, que é uma zona bem vascularizada". A reimplantação do osso no crânio só deverá ser feita, segundo o médico, passados três meses.
No hospital têm estado a mulher e a irmã do toureiro, Isabel e Carla, bem como o seu filho Miguel, de 17 anos. Também o seu antigo bandarilheiro Américo Manadas e o seu amigo e ex-rival das arenas Rui Bento, hoje gestor da praça do Campo Pequeno, têm permanecido em Santa Maria a acompanhar o evoluir da situação do malogrado diestro.
José Luis Gonçalves, natural de Luanda, actual professor da Academia de Toureio do Campo Pequeno, sofreu uma queda aparatosa de uma altura de dois metros, ao desiquilibrar-se no topo de uma escada do cenário do programa "Dança com as Estrelas", onde ainda não tinha sido colocado o corrimão. O toureiro era um dos concorrentes do concurso que domingo estreou na TVI. Sofreu fractura de clavícula e de quatro costelas e um grave traumatismo crânio-encefálico. Nas últimas horas, não sofreu qualquer tipo de evolução positiva e o seu estado, muito grave, continua a ser de "prognóstico reservado".