Miguel Alvarenga - Em comunicados emitidos esta manhã, a Federação Prótoiro e a Associação de Tradições e Cultura Tauromáquica, respectivamente, chamam a si os louros da pretensa vitória numa guerra que, afinal, nunca existiu. Ou seja, perderam ambas uma belíssima oportunidade para estarem caladas e acabaram por vir demonstrar, uma vez mais, a divisão e a desunião que reina - e reinará - entre esta rapaziada dos toiros e das touradas.
Conta-se em poucas palavras a história deste desmiolado episódio: há cerca de um mês, nem tanto, uma e outra lembraram-se de vir a público acusar a FNAC de, pressionada pela associação "Animal", ter deixado de vender bilhetes para as touradas. Nas redes sociais, seguiu-se a habitual histeria de protestos e publicações do símbolo da FNAC com traços por cima, dizendo que "sou aficionado e não compro mais nada na FNAC". Aqui há tempos era a Super-Bock ou a Sagres, já nem me lembro, que devíamos deixar de beber porque era contra as touradas. Qualquer dia lembram-se de "vetar" os restaurantes chineses porque na China não há (já houve) touradas e outras parvoíces assim. Enfim, divertem-se com pouco em tempo de defeso...
Vai daí, as duas associações defensoras da dama taurina, caminharam para a FNAC e exigiram explicações. Ao mesmo tempo, pelos vistos, a FNAC respondeu a ambas, esclarecendo que nada tem contra as touradas e que vende bilhetes para todo o tipo de espectáculos. Ou seja: a montanha pariu um ratito...
Ficamos mais ou menos sem perceber se a FNAC vende, não vende ou alguma vez vendeu bilhetes para touradas. Mas também não importa assim muito. E ficamos sem saber, e isso é importantíssimo para esta gente, se a batalha contra a FNAC foi ganha pela Prótoiro ou pela ATCT - façam o favor de apurar isso com rigor e depois digam, que estamos curiosíssimos...
E assim vai a malta dos bois...
Foto D.R.