terça-feira, 15 de abril de 2014

Mourinha deixa empresários taurinos à beira de um ataque de nervos...


Atacado pela oposição por ter entregue a gestão da praça de toiros à Sociedade Campo Pequeno, o presidente da Câmara de Estremoz, Luis Mourinha (na foto, com Rui Bento, há oito dias, na celebração do acordo e na apresentação da primeira corrida, já no próximo dia 2 de Maio) defendeu-se em polémicas declarações prestadas ao Jornal E (de Estremoz) e deixou a classe empresarial taurina à beira de um ataque de nervos.
Tal como explicara na conferência de imprensa, o autarca voltou a frisar que "não há nenhuma praça financiada por fundos comunitários (como foi o caso) que abra concurso para a sua exploração. Nem Évora, nem Redondo, nem Elvas", acrescentando que este ano praticamente todos os concursos abertos pelas Misericórdias (proprietárias de 80% dos tauródromos nacionais) "ficaram desertos" e que "as praças foram oferecidas".
Luis Mourinha acrescenta ainda que "só temos a ganhar se a praça tiver qualidade nos espectáculos, não como aconteceu num recente em Elvas, onde só faltou o público pedir a devolução do dinheiro. Foi um espectáculo péssimo e isso nós não queremos na praça de Estremoz".
Até aqui, tudo bem. O pior veio a seguir, quando Luis Mourinha afirmou, certamente se sem aperceber da gravidade do que dizia, que "a grande maioria dos empresários não paga aos toureiros, forcados e funcionários, acontece em 90% das vezes", especificando mesmo que "só há duas ou três empresas que pagam no final dos espectáculos e uma já praticamente não existe ("Campo e Praça"). A Sociedade Campo Pequeno faz outra coisa, paga antes dos espectáculos. É isso que nos interessa, dá bom nome à praça".
Ontem, no programa "3 Tércios" da Rádio Portalegre, as palavras do presidente da Câmara de Estremoz, que põem em causa a esmagadora maioria dos empresários taurinos nacionais, foram alvo de duros comentários por parte dos críticos taurinos Hugo Teixeira, Pedro Pinto e Miguel Alvarenga. Os três estranharam o facto de a Associação Portuguesa de Empresários Tauromáquicos (APET) não ter vindo ainda a terreiro insurgir-se contra a grave acusação do autarca de Estremoz e defender a honra e o bom nome dos seus associados. Hugo Teixeira frisou mesmo ter sido já contactado por vários empresários que lhe manifestaram a sua indignação pelas declarações de Mourinha. Impõe-se que a APET venha a público, rapidamente e em força, defender os seus associados. Ou então cala-se... e consente. A ver vamos.

Foto M. Alvarenga