De costas, o apoderado Abel Correia quando acompanhava ontem João Moura (de maca) à entrada no Hospital S. Francisco Xavier |
Ontem, perto da meia-noite, o momento em que chegava ao Hospital S. Francisco Xavier, em Lisboa, a ambulância dos Bombeiros de Monforte transportando o cavaleiro João Moura |
João Moura passou a noite tranquilo no Hospital de Egas Moniz, em Lisboa, e está a ser de novo examinado durante esta manhã pela equipa que é chefiada pelo neurocirurgião Dr. José Cabral, antigo e lembrado forcado dos Amadores de Montemor, que ontem mesmo o observou à chegada ao Hospital S. Francisco Xavier e o transferiu depois para a unidade onde passou a noite e onde deverá permanecer em observação durante o fim-de-semana.
"O caso não é grave, felizmente, nem há causas para alarme. O doente encontra-se estável e o internamento deve-se apenas à necessidade de ficar em observação para acompanhar toda a sua evolução", disse ao "Farpas" há momentos uma fonte hospitalar.
O famoso toureiro, de 54 anos, sofreu ontem uma aparatosa queda quando montava um cavalo no seu tentadero (pequeno redondel) na Quinta de Santo António, a escassos quilómetros de Monforte. Assistiam ao treino na altura o seu filho Miguel, também cavaleiro e que em Julho toma a alternativa no Campo Pequeno, sua Mulher, Filipa Telles de Carvalho e ainda os toureiros Luis "Procuna", José Prates e Lorival Bronze, que foi o primeiro a acudi-lo e a tentar fazer-lhe massagem cardíaca quando o cavaleiro ficou largos minutos inanimado, depois de bater com a cabeça no chão. A queda ficou a dever-se a uma escorregadela do cavalo.
João Moura foi assistido e reanimado no local pelos profissionais da Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) e pelo INEM de Monforte, bem como pelos Bombeiros Voluntários de Monforte, que acorreram de imediato à quinta. Cerca de uma hora depois, João Moura foi então transportado para o Hospital Distrital de Portalegre, onde foi submetido a vários exames e de onde acabou por ser transferido para Lisboa - a transferência, ao contrário das notícias confusas e pouco claras que inicialmente circulavam, não teve a ver com a impossibilidade de fazer exames em Portalegre, mas exclusivamente com a inexistência naquele hospital de uma unidade de neurocirurgia. João Moura fez uma TAC e uma Ressonância Magnética no Hospital de Portalegre, onde à partida não foi diagnosticada nenhuma lesão muito grave. O cavaleiro sofreu um hematoma intracraniano no lado esquerdo do cérebro, lesão que na maioria dos casos requer apenas repouso absoluto, aguardando-se nas próximas 48 horas que o hematoma seja reabsorvido. Caso isso não aconteça, em última análise, terá que ser submetido a uma pequena intervenção cirúrgica, que é de baixo risco.
João Moura tem a próxima corrida agendada para 1 de Junho na praça de Almeirim, seguindo-se outra a 6 em Portalegre e a 14 em Reguengos de Monsaraz. "É muito cedo, ainda, para se poder dizer se poderá ou não cumprir esses compromissos profissionais", diz-nos fonte hospitalar.
Fotos M. Alvarenga, Hugo Teixeira e Emílio de Jesus