A notícia está esta manhã em todos os sites dos principais orgãos de comunicação social: embora lhe troquem o nome, chamando-lhe Rodrigo, é mesmo Rogério Jóia (foto), o mais mediático dos nossos directores de corrida, o novo presidente da Autoridade Antidopagem de Portugal, o departamento governamental que vigia o desporto nacional e, nomeadamente, os casos de doping.
Trata-se, segundo apurámos, de um cargo de altíssima importância e gabarito. Acima de Rogério Jóia estão apenas o secretário de Estado do Desporto e Juventude, Emídio Guerreiro, o ministro da Presidência, Marques Guedes e o primeiro-ministro, Passos Coelho.
A nomeação do conhecido director de corridas para a presidência da Autoridade Antidopagem de Portugal teve o parecer favorável da Comissão de Recrutamento e Selecção para a Administração Pública.
Professor universitário, licenciado em Direito com mestrado em Medicina Legal e Ciências Forenses, Rogério Jóia exercia funções na Polícia Judiciária, como inspector, na área do combate ao crime económico, tendo colaborado no Departamento Central de Investigação ao Tráfico de Estupefacientes, actualmente designado por Unidade Nacional de Combate ao Tráfico de Estupefacientes.
Rogério Jóia (na foto, dirigindo o espectáculo taurino que domingo teve lugar na praça da Arruda dos Vinhos) sucede a Luis Horta na presidência da Autoridade Antidopagem. O médico, que trabalhou nos organismos de combate ao doping em Portugal nos últimos 18 anos, deixa o lugar para ingressar na entidade homóloga brasileira, a Autoridade Brasileira de Controlo de Dopagem, com vista à preparação dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro em 2016.
Antigo aficionado prático (chegou a ser toureiro a pé amador), Rogério Jóia estará cinco anos afastado da Polícia Judiciária (embora essa continue a ser, como ele próprio nos referiu, "a sua casa"), passando a exercer o cargo de presidente da entidade que controla e vigia as actividades desportivas em Portugal, nomeadamente o futebol. A título de curiosidade, diga-se que Portugal é uma das cinco maiores potências mundiais na frente do combate ao doping no desporto e possui um dos 30 melhores laboratórios de análises de todo o mundo. A par do seu novo cargo e tal como sucedeu enquanto inspector da Polícia Judiciária, Rogério Jóia manterá a actividade de delegado técnico da Inspecção-Geral de Actividades Culturais (IGAC) como director de corridas.
Depois de uma semana marcada pela grande polémica que envolveu a última tourada do Campo Pequeno e que motivou inclusivé um duríssimo comunicado da Associação Tauromáquica de Directores de Corrida (de que o próprio Jóia já foi presidente, demitindo-se este ano do cargo, que passou a ser exercido por Pedro Reinhardt, precisamente o "inteligente" que esteve no centro de toda a celeuma na referida tourada lisboeta), é caso para dizer que esta nomeação do prestigiado director de corridas para a frente do combate ao doping em Portugal (embora nada tendo a ver com as touradas, mas...), não podia ter vindo mais a propósito... e mais no momento certo!
Foto Emílio de Jesus/fotojornalistaemilio@gmail.com