![]() |
Vida de José Maria Cortes, que tinha 29 anos, valeu em tribunal uma pena de 13 anos de prisão para quem o matou... |

Francisco Borges, pai de Francisco Maria Borges (foto ao lado), também ferido à facada na noite do assassínio de José Maria Cortes, mostrou-se ontem "conformado" com a sentença de Sandro Pato (14 anos de prisão), o jovem de 20 anos que há um ano matou o saudoso cabo dos Forcados de Montemor durante uma rixa em Alcácer do Sal.
Em declarações ao jornal "Correio da Manhã", ontem à saída do Tribunal de Alcácer, onde foi lida a sentença, Francisco Borges, também ele antigo forcado dos Amadores de Montemor, considerou que "ficou provado em tribunal que o arguido prestou falsas declarações e mentiu", opinando, quanto à sentença, que "foi o que se esperava e que já tinha sido pedido pelo Ministério Público durante as alegações finais".
Francisco Borges afirmou ainda: "Não acredito nesta juventude, que facilmente puxa de uma navalha e tira uma vida humana".
Sandro Pato, que na altura do crime frequentava um curso técnico-profissional de Agropecuária em Grândola, manifestou ao longo do julgamento "frieza e total ausência de arrependimento", o que terá justificado a pena de prisão. O arguido foi condenado a 13 anos pela morte de José Maria Cortes e a dois anos e meio por ofensas à integridade física de Francisco Maria Borges, acabando condenado por cúmulo jurídico à pena única de 14 anos de prisão efectiva. Sandro Pato já está preso preventivamente há um ano no Estabelecimento Prisional de Setúbal, para onde ontem voltou depois de ouvir a sentença no Tribunal de Alcácer. Há um ano, depois de ter morto José Maria Cortes (o cabo de Montemor viria a falecer cinco dias depois no Hospital de Santa Maria, em Lisboa), Sandro Pato foi para um festival de Verão, só acabando por ser detido quando regressou a casa, em Setúbal.
A irmã de José Maria Cortes foi ontem a única familiar do saudoso forcado presente no Tribunal de Alcácer, mas à saída não quis prestar quaisquer declarações. Com receio de que os ânimos se exaltassem, a GNR montou em torno do tribunal um forte dispositivo de segurança, mas nada de anormal ocorreu.
Fotos D.R., Emílio de Jesus e M. Alvarenga