Faleceu ontem à noite no Hospital de Évora, vítima de enfarte do miocárdio, Glicério Quintano Paulo. Tinha 78 anos e há-de ficar para sempre lembrado como um nome grande no mundo empresarial taurino português. Exercia a actividade desde 1972, ano em que se estreou cono eomo empresário taurino em sociedade com António Cutileiro Paes de Sousa realizando corridas numa das primeiras praças portáteis que vieram para Portugal e que era propriedade de José Jacinto Branco, também saudoso empresário de S. Manços.
Glicério Paulo, vulgarmente conhecido no meio taurino por "Marafona", era na actualidade o segundo empresário tauromáquico mais antigo do país, depois de Mestre David Ribeiro Telles (o decano). Inicialmente associado a António Sousa e a Jacinto Branco e mais tarde a Simão Malta e Valério Salgueiro, organizou corridas em praticamente todas as praças de toiros do país, incluindo a do Campo Pequeno, de que foi empresário no final dos anos 80, início dos 90, associado a Sousa, a Fernando Camacho, Jorge Pereira dos Santos e Mário Freire.
Moita, Vila Franca e Santarém terão sido as únicas praças onde nunca organizou corridas. Na de Évora, foi empresa durante 12 anos em sociedade com António Paes de Sousa (Empresa Tauromáquica Eborense) e também com seu filho, José Manuel Ferreira Paulo "Cachapim", que integrou o grupo com apenas 16 anos. Glicério Paulo, que ultimamente e por motivos de saúde, se mantinha meio afastado do meio taurino, organizou a última corrida - a da primeira procissão - há cinco anos em Beja.
Glicério Quintano Paulo era um empresário sério, mas foi sempre um homem discreto e avesso ao mediatismo. Chegou a ser, juntamente com o inseparável amigo Sousa, o aficionado que mais corridas via por ano, desde Portugal a Espanha e França, ao México e à Colômbia. Era íntimo amigo de grandes figuras do toureio mundial, casos de Enrique Ponce, Ortega Cano e "Espartaco" e deixa história e obra feita em prol da tauromaquia portuguesa - onde foi um dos grandes.
O corpo de Quintano Paulo vai estar hoje a partir das 14 horas na Igreja da Misericórdia em Évora e o funeral ocorrerá amanhã, para o cemitério dos Remédios, na mesma cidade, após missa às 10 horas.
A toda a Ilustre Família enlutada, muito em particular a seu filho, José Manuel Ferreira Paulo, nora e netos, apresentamos as mais sentidas condolências. Também nós perdemos um bom Amigo - que jamais esqueceremos.
Que em paz descanse.
Foto M. Alvarenga