sábado, 30 de maio de 2015

Hoje é dia de festa: Forcados de S. Manços comemoram meio século de existência

Foto histórica dos três primeiros cabos do Grupo
de Forcados de S. Manços: Francisco Pereira,
Joaquim Azeda e Joaquim Carvalho
O Grupo de S. Manços numa das suas primeiras formações na antiga praça
de toiros de Évora
Francisco Caldeira Pereira (à esquerda, na foto) foi o cabo fundador do Grupo de
Forcados Amadores de S. Manços em 1965. Aqui, com Miguel Alvarenga e José
Pereira, outro grande forcado natural de S. Manços e que pegou nos grupos
de Lisboa e de Montemor
Joaquim Azeda, segundo cabo dos Amadores de S. Manços entre 1971 e 1988,
foi o cabo que deu grande notoriedade ao grupo, levando-o a pegar nos principais
santuários da Tauromaquia nacional e também em praças de Espanha e França
10 de Setembro de 2000, praça de Vila Viçosa. Joaquim Carvalho passeado aos
ombros na tarde da sua despedida
Joaquim Branco (actual cabo) e Rui Piteira (anterior)
Rui Piteira (à esquerda, na foto, com o empresário António Nunes) foi o quarto
cabo do grupo, chefiando-o entre 2000 e 2009
O actual cabo, Joaquim Branco, com seu Pai, respectivamente neto e filho do
saudoso José Jacinto Branco, que hoje dá nome à praça de S. Manços, tendo sido
empresário da mesma, grande impulsionador da criação do grupo de forcados
e também o primeiro apoderado do cavaleiro João Moura



É no ano de 1965 que um grupo de jovens todos eles naturais de S. Manços funda o Grupo de Forcados actualmente existente - e que hoje mesmo, sábado, dia 30, comemora oficialmente o seu 50º aniversário numa grande corrida, a partir das 17h00, na praça de toiros local (cartaz ao lado), antecedida, às 15h30, da inauguração de uma estátua em sua homenagem.
Para fosse possível criar o grupo e permitir que o mesmo esteja hoje em festa a celebrar meio século de existência, nunca é demais lembrar dois grandes senhores dessa terra e que foram os grandes impulsionadores de toda esta bonita e gloriosa história: José Jacinto Branco e Ilídio Tabuleiros.
O primeiro, proprietário da praça de toiros local, bairrista e aficionado, na organização dos cartéis punha o prestígio da terra e a aficion à frente da ideia de lucro. Fica também para sempre lembrado por ter sido o primeiro apoderado do cavaleiro João Moura nos seus tempos de amador e andou sempre de cara bem levantada, como disse o conceituado taurino José Tello Barradas, num bonito e sentido artigo que escreveu aquando da sua morte.
O segundo, não sendo empresário, foi sem dúvida alguma essencial para que o grupo nesses tempos conseguisse superar as dificuldades existentes e que, de princípio, foram muitas.
É primeiro cabo deste grupo Francisco Caldeira Pereira, o popular Xico Pereira, decorria o ano de 1965 como já foi referido, sendo de assinalar que nestes primeiros anos a actividade não foi constante e apenas em novilhadas e algumas garraiadas estes jovens se juntavam para pegar (o primeiro espectáculo ocorreu em 24 Agosto de 1965, realizado na antiga praça de toiros de S. Manços, praça essa desmontável e que estava situada onde hoje é o campo de futebol, com toiros da ganadaria de Santo Estevão).
Em 1971, Joaquim Azeda assume o cargo de cabo deste grupo e com este foram percorridos os mais altos santuários da Tauromaquia nacional e também de Espanha e de França. É sob o seu comando que o grupo começa a atingir notoriedade no panorama taurino, tendo pegado nas mais importantes praças do país entre as quais as do Campo Pequeno, Évora, Póvoa de Varzim, Nazaré, Moita do Ribatejo, Montijo, Portalegre, Beja, Reguengos de Monsaraz e Montemor-o-Novo, entre muitas outras.
Em 1988, no dia 24 de Abril, no festival de homenagem a José Jacinto Branco na praça de toiros de S. Manços, Joaquim Azeda passa o testemunho a Joaquim Carvalho, que assume a chefia do grupo numa fase menos boa, sendo por isso de realçar o excelente trabalho de renovação que desempenhou nos primeiros anos de cabo, começando a colher frutos do seu trabalho em meados da década de noventa, surgindo novos valores que muito se destacaram não só dentro do próprio grupo, mas também a nível de toda a forcadagem nacional.
Daí que nas últimas temporadas o Grupo de Forcados Amadores de S. Manços apareça nos lugares de topo no escalafon nacional com actuações dignas de registo e que muito têm contribuído para elevar o nome da terra por todo o nosso país, destacando-se, entre outras, participações em corridas televisionadas na Póvoa de Varzim e na Figueira da Foz, bem como os regressos às praças de toiros do Campo Pequeno, Montijo, Coruche, Estremoz, Nazaré, Arruda dos Vinhos, entre outras.
A 10 de Setembro de 2000, na praça de toiros de Vila Viçosa, Joaquim Carvalho despede-se passando o testemunho a Rui Piteira, sendo este o quarto cabo do historial do Grupo de Forcados Amadores de S. Manços.
Dando seguimento ao trabalho de Joaquim Carvalho, Rui Piteira manteve o grupo sempre em excelente nível, nas suas nove temporadas como cabo o grupo mostrou sempre qualidade, coesão e postura dentro e fora de praça. Com Rui Piteira, o Grupo de Forcados Amadores De S. Manços alcança importantes êxitos em praças importantes como as do Campo Pequeno, Moita do Ribatejo, Reguengos de Monsaraz, Beja, Vila Viçosa, Nazaré e também em praças de França.
A 29 de Agosto de 2009 na praça de toiros de S. Manços, em uma noite de festa e de grande prestação do grupo com toiros de Fernandes de Castro, Rui Piteira passa o testemunho a Joaquim Branco, filho da terra e neto de José Jacinto Branco, que é o actual cabo.

Fotos D.R., Emílio de Jesus, José Foles e M. Alvarenga