Às 16h30 de hoje (há momentos)
completaram-se 123 anos sobre a data de inauguração da praça de toiros do Campo
Pequeno, acto em que o Infante D. Afonso representou o seu irmão, o Rei D.
Carlos I.
Triunfos, galas, sustos e mesmo
tragédias, sucederam-se neste cenário, desde que, em 18 de Agosto de 1892 (ao lado, o cartaz da corrida de inauguração), o
primeiro toiro de Emílio Infante da Câmara saiu à arena. A sua lide coube ao
cavaleiro Alfredo Tinoco, o qual, a par do seu alternante dessa tarde, Fernando
de Oliveira, disputava o primeiro lugar no naipe dos mais importantes ginetes
do século XIX. Para a história, recorda-se o cartaz inaugural... Cavaleiros:
Alfredo Tinoco e Fernando de Oliveira. Bandarilheiros: Vicente Roberto, Roberto
da Fonseca, José Peixinho, João Calabaça, João Roberto e os seus colegas
espanhóis Felipe Aragón "Minuto" e "Pescadero". Actuou
ainda um grupo de forcados.
A actual praça de toiros do Campo
Pequeno sucedeu à que existiu no Campo de Santana, inaugurada a 3 de Julho de
1831 e encerrada em 1888, na sequência de uma vistoria que interditou o
edifício, por questões de segurança relacionadas com o mau estado de
conservação.
A história do Campo Pequeno confunde-se
com a própria história da tauromaquia, por pela sua arena passaram os nomes
mais importantes da tauromaquia mundial.
De 2000 a 2006, a praça esteve encerrada
para obras de restauro e requalificação que em muito valorizaram o projecto
inicial do Arquitecto Dias da Silva e transformar um espaço que ameaçava
decadência, numa nova centralidade de Lisboa, mantendo-se a tradição e
abrindo-o à modernidade.
A instalação da cobertura, bem como a
criação de outras infra-estruturas, permitem hoje em dia, que o Campo Pequeno
possa oferecer, além de corridas de toiros, toda uma série de eventos e
espectáculos, do mais diversificado cariz.
O novo espaço é complementado por
restaurantes, uma galeria comercial, cinemas e parque de estacionamento
subterrâneo para 1200 viaturas.
Recentemente, para além da recuperação e
reinstalação de placas comemorativas, foi inaugurado o Museu Tauromáquico,
constituindo assim mais um pólo de interesse cultural para a cidade de Lisboa.
Foto D.R.