"Procurei rematar uma feira equilibrada e cuidada e penso que alcancei os objectivos" - primeiras declarações do ilustre ganadeiro Dr. Joaquim Grave (à direita, na foto de cima, com o seu braço-direito João M. Santos), depois de se conheceram finalmente os cartéis oficiais dos dois festivais taurinos que em 31 de Janeiro e 1 de Fevereiro inauguram oficialmente a temporada portuguesa na praça alentejana de Mourão, cuja organização, um ano mais, está a seu cargo.
O "Farpas" conhecia os elencos desde o início da semana, mas só há momentos os deu a conhecer, cumprindo desta feita a intenção do Dr. Joaquim Grave de só os tornar públicos no primeiro dia do novo ano. Esta é, recorde-se, a primeira vez que a abertura da época em Mourão consta de dois festivais e não apenas do que tradicionalmente se realizava todos os anos no dia 1 de Fevereiro, feriado local.
"Aproveitando o facto de dia 1 de Fevereiro ser uma segunda-feira, alvitrei este ano a possibilidade de organizar uma feira taurina e dar mais um festival na véspera, domingo, projecto esse que contou desde a primeira hora com o apoio, a compreensão, a independência e a grande abertura da Câmara Municipal, da Junta de Freguesia e do Abrigo Infantil de Mourão, o que, como referi na altura em que anunciei este novo formato, é de saudar nos tempos que correm", acrescenta o prestigiado ganadeiro. E diz mais:
"Penso que ficou uma feira bem rematada, cuidada e muito equilibrada. No primeiro dia será um festival de veteranos, com o cavaleiro Rui Fernandes, os matadores espanhóis Finito de Córdoba, Juan José Padilla, Paco Ureña e Fernando Robleño e o novo matador de Portugal, Manuel Dias Gomes, estando a única pega a cargo dos Forcados Amadores de Santarém e pertencendo os novilhos-toiros à ganadaria Murteira Grave. No segundo dia, será um cartaz de juventude, com os cavaleiros Brito Paes, Francisco Palha e Salgueiro da Costa, o matador português Paco Velásquez, o novilheiro espanhol Juan Carlos Carballo, que no ano passado debutou com picadores em Olivença e saíu em ombros e a jovem portuguesa Paula Santos, a estrela da Escola de Toureio da Moita. Pegam os Forcados de Monsaraz e lidam-se a cavalo novilhos-toiros de Falé Filipe, António Raul Brito Paes e Joaquim Brito Paes e, a pé, dois de Manuel Passanha Sobral e um de Murteira Grave. Os dois cartéis estão equilibrados, têm interesse e por isso penso que podemos ter em Mourão um verdadeiro e grande aperitivo para a próxima temporada, marcado um ano mais por uma forte componente de toureio a pé".
Sobre a presença do matador espanhol Paco Ureña (foto ao lado) no primeiro festival (31 de Janeiro) e uma vez que foi esta semana operado a uma lesão na mão sofrida em Lima (Perú), diz-nos Joaquim Grave:
"Falei este semana com ele, depois da operação e manifestou-me o desejo e a intenção de vir a Mourão. Contudo e depois de ter lido nos sites espanhóis que a recuperação poderia durar quatro semanas, tomei providências e, no caso de ainda não poder tourear, já tenho uma solução, do mesmo nível ou até superior, para o caso de ter que o substituir".
Fotos Emílio de Jesus e D.R.