Amorim Ribeiro Lopes, cabo do Grupo de Forcados Amadores de Coruche, que este ano anunciou a sua retirada das arenas, afirma que a corrida da próxima quinta-feira no Campo Pequeno vai por si “ser vivida com muita emoção e com um grande misto de sentimentos”.
É a corrida da sua despedida do público de Lisboa e, já em jeito de balanço da sua actividade como forcado, lembra ser “sempre especial pegar no Campo Pequeno, e se foi nesta praça que tive as maiores lesões também senti que tive aqui bons triunfos e muitas alegrias. Este dia será ainda mais especial porque deve ser a minha última pega no Campo Pequeno. Peço a Deus que me ajude, que a vontade não podia ser maior”.
Sobre o momento actual do grupo, diz estar “num momento extraordinário, com um ambiente fantástico, com novos elementos, mas com muitos forcados já experientes. Está preparado para uma transição, que tem vindo a ser feita gradualmente, com orgulho no passado e confiança no futuro, assegurando que os principais valores do Grupo se manterão”.
“O Grupo está tranquilo, seguro de que passa uma boa imagem do que é ser Forcado Amador”, acrescenta.
Sobre o significado que, no seu entender o Campo Pequeno tem para o Forcado, Amorim Ribeiro Lopes é directo: “O Campo Pequeno é uma referência para qualquer aficionado pela história, pelo ambiente, pela tradição, e, como tal, pegar no Campo Pequeno tem uma magia especial, é o que qualquer forcado um dia espera conseguir. É quase um "prémio", um reconhecimento pelo bom momento de um forcado. É uma grande responsabilidade mas acima de tudo um sinal de confiança num forcado, por isso tem um sabor especial”.
E conclui: “O Campo Pequeno, sendo a catedral do cavalo, é também, ou ainda mais, a catedral do Forcado Amador. O sonho de qualquer jovem quando pensa em ser Forcado é um dia poder fardar-se e pegar no Campo Pequeno”.
Foto Emílio de Jesus