Personalidade vincada, estilo sóbrio e um temple sem comparação, João Moura Caetano brilhou ontem com a sua super-quadra frente aos toiros de Cunhal Patrício e de Ribeiro Telles (o maior da corrida) |
Grande corrida de toiros, daquelas que "fazem aficionados", quer pela qualidade dos toiros, pela entrega e triunfo dos três cavaleiros e pelas imponentes pegas dos dois valentes grupos de forcados - foi assim, com uma entrada de meia casa (forte) a nocturna que ontem teve lugar em Évora e que era o 57º Concurso de Ganadarias, uma cuidada e sempre prestigiada organização do empresário António Manuel Cardoso "Nené".
No final e sem a mínima concordância do público, que se manifestou ruidosamente e com assobios, os dois troféus - bravura e apresentação - foram ganhos pela ganadaria Veiga Teixeira. Na foto ao lado, o ganadeiro António Francisco Teixeira "carregando" os dois prémios, ladeado pelo empresário... e ainda bem que a foto não tem som. Os assobios foram mais para a atribuição do troféu de bravura, altamente discutível, do que propriamente pelo de apresentação (merecido)... mas o júri era composto pelos representantes das seis ganadarias, houve decisão neste sentido... está decidido!
Luis Rouxinol (com os toiros de Veiga Teixeira e de Passanha), João Moura Caetano (com os de Cunhal Patrício e de Ribeiro Telles) e João Ribeiro Telles (com os de Branco Núncio e Pinto Barreiros) deram ontem a verdadeira dimensão do seu imenso potencial e, cada um em seu estilo, foram absolutos e destacados triunfadores de uma grande noite de toiros - que amanhã Miguel Alvarenga aqui vai analisar em pormenor.
Nas pegas, exibição de altíssimo nível dos (grandes!) grupos de Montemor e Évora. Pegas de levantar a praça, por Montemor, com intervenções do cabo António Vacas de Carvalho, de Manuel Ramalho e de Francisco Borges; e, por Évora, por intermédio de Dinis Caeiro, João Pedro Oliveira e Ricardo Sousa. Os seis estiveram enormes e amanhã vamos contar-lhe tudo, pega a pega - a não perder.
Muito bem dirigida por Agostinho Borges (apesar de ter começado com um atraso de dez minutos, dadas as filas para entrar...), a corrida teve ritmo, um intervalo curto e o eficiente desempenho dos campinos permitiu que não houvesse tempos mortos, nem na recolha dos toiros, decorrendo o espectáculo num agradável e excelente ritmo. Sim senhor, corridas como esta valem mesmo a pena!
Fotos Emílio de Jesus/fotojornalistaemilio@gmail.com