quinta-feira, 2 de junho de 2016

Haja calma, meus senhores!



Miguel Alvarenga - Por norma e não se espantem com isso, não sou, nunca fui e nunca serei de dar uma relevância por aí além aos chamados anti-taurinos e às acções que há muitos anos desenvolvem (não é de hoje, é de sempre) para tentar atingir-nos e à tauromaquia. Sempre existiram, sempre fizeram barulho, agora pode haver maior mediatismo, mas a verdade é que eles existem e protestam desde a Idade da Pedra - sem que por isso alguma vez tenha vindo algum mal ao mundo e, nomeadamente, aos mundo dos toiros e das touradas.
Têm direito a não gostar, têm direito a protestar. Eu também tenho o direito a não gostar desta coisa a que chamam democracia e o direito a protestar quando me apetecer. Sou livre, era muito mais livre antes do 25 de Abril, mas continuo a ser livre para dizer e fazer o que muito bem me apetecer.
Ontem, na Assembleia da República, os pais da Pátria divertiram-se (ali, a diversão é diária...) a discutir um projecto de lei daquele rapaz do PAN, dos Verdes e de mais um partidozinho desses pequenos, para não permitir os menores de 18 anos de tourearem e também de assistirem a corridas de toiros. Vai hoje a votação, penso que não passará, de qualquer forma os taurinos entraram em pânico. Entram sempre. Haja calma, senhores!
Por mim, considero uma estupidez, um risco desnecessário e, mais que isso, uma total e absurda inconsciência dos papás, permitir que jovens com menos de 18 anos arrisquem a vida numa arena. Filho meu não o faria com a minha autorização. Por aí, concordo em absoluto com a lei que querem impôr. Estamos conversados. Critiquem-me à vontade, que é a minha opinião. E não a mudo.
Quando a entrarem nas praças, é absurdo. Se as televisões nos dão diariamente programas da maior violência e que toda a criança pode ver, é estúpido proibir que um menor de 18 anos assista na praça a uma corrida.
Agora, o principal. Tudo isto acontece porque vivemos na tal coisa a que chamam democracia. O tal estado em que "o filho bate no pai e o cão é igual ao dono". Por que é que se admiram tanto que os anti-taurinos tenham chegado ao Parlamento e tentem, por todas as maneiras e feitios, dar ferroadas na tauromaquia? Era de esperar. Os senhores que se abstiveram nas eleições foram os mesmos que permitiram que o rapaz do PAN fosse eleito. Agora, admiram-se? Os senhores que apoiaram as "liberdades" de Abril são os mesmos que agora as criticam. Quiseram "liberdade", quiseram democracia? Agora, aguentem-se. Eu nunca quis nada disso. Sempre lutei contra isso. Ousei, arrisquei, honradamente estive nas fileiras do ELP contra a tentativa de impôr aqui uma ditadura bolchevique e no tempo em que muitos andavam fugidos no Brasil, eu aguentei por cá.
Diziam mal da gloriosa PIDE, hoje somos controlados ao milímetro pelas Finanças, que vasculham e sabem a nossa vidinha toda, que livro compramos, em que restaurante jantámos e o que comemos, a que horas passámos na portagem e para onde fomos. Diziam mal do Prof. Salazar , mas a verdade é que no seu tempo as touradas nunca estiveram em perigo. E hoje continuam a não estar. A verdade é essa: os anti-taurinos, no Parlamento ou fora dele, podem tentar isto e aquilo. Acabar com as touradas  é que nunca conseguirão. Pior já aconteceu em Espanha, onde proibiram os toiros em Barcelona. Por cá, o mais que conseguiram foi acabar com as touradas em Viana do Castelo... onde havia apenas uma por ano e que não contava para nenhum campeonato...
Por isso e como vêem, há que ter calma. E dar menos importância a essa rapaziada. Porque a não tem, de facto.

Fotos D.R.