Manuel Dias Gomes: podia ter sido muito grave |
À saída deste valente par de bandarilhas, João Ferreira foi projectado pelo ar a uns cinco metros de distância, mas saíu ileso de tão aparatoso vôo... |
Miguel Alvarenga - Primeiro, inventem as estórias que queiram inventar, a morfologia de um toiro não tem a ver com bisarmas de 600 quilos - e até em Madrid já começa a sentir-se uma corrente contrária à apresentação dos toiros-monstros sem mobilidade e que não permitem o êxito aos toureiros.
Ontem em Vila Franca sairam para o novo matador de toiros Manuel Dias Gomes dois toirões da ganadaria Ribeiro Telles, ainda para mais sem serem picados, com 570 e... 605 quilos! Este último, com trapio muito superior aos lidados a cavalo, projectou pura e simplesmente o bandarilheiro João Ferreira a uns cinco metros, pelo ar, como se fosse um boneco de trapos... felizmente sem consequências de maior (fotos de cima e ao lado). A seguir, Manuel Dias Gomes sofreu também uma violenta e aparatosa voltareta (fotos em cima), de que só por milagre saíu ileso. Mas podia ter acontecido uma tragédia.
Manuel Dias Gomes é um toureiro de arte. Não deveria ter ido a Vila Franca "a qualquer preço", só por ir. Esteve decidido, esteve valente, quis afirmar-se, provar o seu valor (que todos conhecemos), mas perante toiros assim ficou-se pela boa vontade. Houve da sua parte muito querer, muita entrega, mas nem aqueles são os toiros próprios para se tourear a pé em Portugal, sem picadores, nem o matador está placeado, toureado, para logo num primeiro compromisso levar com estas bisarmas.
Foram coisas mal pensadas... por parte do empresário e por parte do apoderado de Manuel Dias Gomes. E não é assim que se promove o toureio a pé.
Mais logo, não perca a detalhada análise de Miguel Alvarenga e as fotos todas de Emílio de Jesus.
Fotos Emílio de Jesus/fotojornalistaemilio@gmail.com