Desde 2007 que não toureavam juntos, mas a 8 de Setembro voltam a encontrar-se no Campo Pequeno para uma noite de apoteose do toureio a cavalo.
Após 9 anos de interregno, João Moura (pai), Pablo Hermoso de Mendoza e João Moura Júnior (fotos de cima) voltam ao Campo Pequeno com a intenção de reeditarem o êxito da noite de 3 de Maio de há 9 anos, quando os três saíram apoteoticamente em ombros pela porta grande.
Foi uma noite especial para os Moura, mas também para Pablo. João Moura pai deu a alternativa de cavaleiro tauromáquico ao seu filho João, assegurando assim a continuidade da ligação familiar ao toureio a cavalo. Por seu turno, Pablo Hermoso, que apesar do estilo próprio que criou nunca ocultou as profundas influências "mouristas" do seu toureio, foi a testemunha deste acto simbólico. Seis actuações que redundaram em apoteose.
Nove anos depois reencontram-se numa arena que tem o maior significado nas suas carreiras.
João Moura pai vem ao Campo Pequeno aureolado por dois grandes triunfos aqui obtidos nesta temporada, a 19 de Maio, na comemoração dos 10 anos da reinauguração do Campo Pequeno e a 28 de Julho, na corrida comemorativa dos 50 anos de alternativa de Luis Miguel da Veiga. Actuações plenas de categoria, de um cavaleiro que marcou de forma indelével a tauromaquia mundial nos últimos 30 anos, justificativas da sua condição de primeiríssima figura de sempre.
Pablo Hermoso de Mendoza, expoente máximo do rejoneio, tem com a praça de toiros do Campo Pequeno e o seu público uma empatia muito especial. Pablo reconhece no público de Lisboa a extrema exigência no que a si e ao seu toureio respeita mas, o público de Lisboa, reconhece-lhe o seu compromisso constante com a superação, na forma e no conteúdo do seu toureio e no arranjo dos seus cavalos. Pablo "dá-se" ao público do Campo Pequeno e este como que se lhe "entrega" sem reservas.
Por se turno, João Moura Júnior conquistou o estatuto e o reconhecimento de um cavaleiro com créditos firmados. É inquestionavelmente uma figura do toureio a cavalo. Tem uma carreira internacional e nacional perfeitamente consolidada, o que o leva a ser um artista extremamente criterioso no número e local das suas actuações em cada temporada. Hoje em dia é um cavaleiro para grandes datas e grandes feiras, privilegiando a qualidade à quantidade, simbolizando assim a maturidade artística entretanto alcançada.
Contribuem também para a expectativa que rodeia esta corrida o trapío dos seis toiros anunciados, da ganadaria de Francsico Romão Tenório, a mesma ganadaria que lidou na famosa corrida de há 9 anos.
A expectativa adensa-se ainda com a competição entre os grupos de forcados amadores de Tomar, a comemorar 60 anos de actividade, Portalegre e Aposento da Chamusca, capitaneados respectivamente por Marco Jesus, Francisco Paralta e Pedro Coelho dos Reis, tudo levando a crer que esta corrida será uma das de maior impacto da Temporada Extraordinária que o Campo Pequeno delineou para 2016.
Fotos Frederico Henriques/@Campo Pequeno