A cena do anti-taurino colhido por um novilho da mítica ganadaria Miura no passado fim-de-semana num festejo realizado em praça portátil em Carcassone, França, marca muitas diferenças e é preciso tirar dela algumas lições. Importantes.
Actuavam os novilheiros Mário Palacios, Miguel Ángel Pacheco e Maxime Solera e a praça registava uma enchente de três quartos. Mal saíu ao ruedo o primeiro novilho, saltaram dois anti-taurinos, um homem e uma mulher, protestando contra as touradas e chamando impropérios aos toureiros e aos aficionados.
O novilho investiou sobre o homem e foram os toureiros contra os quais ele protestava, os bandarilheiros neste caso, quem, arriscando a própria vida, fizeram o quite ao animal e evitaram que uma tragédia acontecesse. Foram eles, os toureiros, quem o ajudaram e o retiraram da praça, levando-o em braços para a enfermaria (fotos).
Foi posteriormente transportado para o hospital local, mas felizmente não sofreu ferimentos graves.
O acontecimento não teve, vá lá perceber-se porquê, impacto algum nas redes sociais ou mesmo nos jornais, ao contrário do que normalmente sucede quando meia dúzia de protestantes se colocam às portas das praças em grande berraria (como sucede em todas as corridas do Campo Pequeno).
Mas deveria ter tido: foram os próprios toureiros que salvaram o anti-taurino inconsciente que fez frente a um Miura em França. Já alguma dessas associações veio a público agradecer-lhes?...
Fotos D.R.