quinta-feira, 9 de novembro de 2017

António Prates, a revelação do ano: "Quero fazer mais e melhor, triunfar e não desiludir o público que acreditou em mim!"



Terminada a temporada, António Prates é um dos nomes de quem se fala. O jovem cavaleiro praticante, filho do também cavaleiro tauromáquico José Prates, foi a grande revelação de 2017 - o primeiro ano do resto da sua vida. À conversa connosco, fala do que sentiu, do que quer e do que vai ser a sua próxima campanha. Chegar ao Campo Pequeno, a Madrid e à Monumental do México, país onde já viveu, são os grandes sonhos. Considera que o seu toureio “é de risco” e que a emoção é o que faz falta nas praças. António sabe o que quer e para onde vai.

Entrevista de Miguel Alvarenga

- 2017 foi a primeira temporada do resto da tua vida?
- Eu penso que sim e é isso que eu quero, mas só o futuro o dirá.
- Revelação do ano. Concordas?
- Essa decisão e essa classificação compete ao público fazê-la, que é quem paga o bilhete para assistir ao espectáculo.
- Começaste muito novo, depois estiveste no México com teu pai, agora regressaste de vez para te afirmar. Faz um balanço breve destes primeiros anos, dos teus primeiros passos.
- Comecei a tourear com 10 anos como cavaleiro amador até aos 18 anos, nesse período fiz algumas corridas importantes, das quais a imprensa me deu algum destaque. Recebi alguns prémios como melhor cavaleiro amador, inclusivé o prémio menção honrosa pela minha lide na Feira da Moita em 2011. No México fiz cinco corridas e apenas numa não saí em ombros, na qual só cortei uma orelha.
- Como te defines como toureiro, qual é o toureio que sentes?
- Defino-me um toureiro alegre em praça, no entanto, com postura, tentando fazer um toureio de verdade e levar a emoção às bancadas. O meu toureio a cavalo é de risco e emoção, gosto do toureio frontal e de lidar os toiros muito ligados ao cavalo.
- Quem são os teus ídolos no toureio?
- O meu maior ídolo é o meu pai, é a minha referência no mundo tauromáquico, será sempre o meu Mestre.
- Recorda os principais êxitos desta temporada.
- Foram muitos, felizmente, mas os mais importantes para mim foram os de Arronches, Alcochete, Montijo, Monforte, Vendas Novas e Évora, na última corrida da temporada.
- A alternativa será no próximo ano? Quem gostarias que fosse o teu padrinho e qual o cartel?
- Nunca se sabe! Isso está em desenvolvimento com o meu apoderado, ambos estamos a falar para chegar a um acordo, para ser uma data especial para ambos. Para padrinho de alternativa, claro que gostaria que fosse o meu pai, o cartel será visto e falado no momento certo, com os cavaleiros certos para tentar deixar marca na História da Tauromaquia.
- Como é o António Prates no dia-a-dia? Vais a discotecas?
- Vou todos os dias para a minha quinta montar. Poucas vezes, mas sim, quando posso vou à discoteca com o meu grupo de amigos.
- António Manuel Cardoso “Nené” continuará a ser o apoderado?
- Temos um compromisso entre os dois e um projeto a seguir, há dois anos que apertámos a mão e é uma pessoa em que tenho imensa confiança, eu nele e ele em mim.
- Como correu a tua primeira campanha em Espanha?
- Foi uma temporada muito positiva, na qual obtive grandes sucessos. Esperemos que para o ano corra ainda melhor.
- Os anti-taurinos incomodam-te?
- Não me incomodam, apenas acho que cada opinião deve ser respeitada, e o que me acaba por incomodar é a falta de respeito que muitas vezes os anti-taurinos demonstram.
- Chegar ao Campo Pequeno é um sonho? E que outras metas pretendes alcançar?
- Claro que sim. Também pretendo chegar às praças de primeira a nível internacional, como por exemplo Madrid e Plaza México.
- Procuras o cavalo ideal ou já o tens?
- Tenho uma grande quadra de cavalos, cada um com a sua maneira de tourear, para dar a volta a qualquer toiro. O cavalo ideal sempre o procuramos... mas é muito difícil de encontrar.
- Com quem gostavas de tourear um dia um mano-a-mano?
- Tudo virá a seu tempo...
- Costumas ler a crítica? E o que pensas de quem escreve?
- Normalmente leio a crítica, sim. Penso que os bons críticos são aqueles que fazem crónicas construtivas, dizem o bom e o mau e o que tem de ser melhorado, essas crónicas, a meu ver, ajudam muito um cavaleiro a saber o que tem de treinar em casa para melhorar o seu toureio.
- O que podem os aficionados esperar de António Prates em 2018?
- Os aficionados podem esperar um António Prates com vontade de fazer mais e melhor, de triunfar e de não desiludir o público que sempre acreditou nele.

Fotos Maria Mil-Homens, Fernando Clemente, Carlos Silva, D.R. e Pedro Batalha/@António Prates