A propósito dos 40 anos de alternativa do cavaleiro João Moura, Carlos Alberto Moniz, um dos mais proeminentes músicos, compositores e intérpretes portugueses, expressa a sua opinião sobre esta efeméride, assumindo claramente a sua condição de aficionado:
Nasci aficionado. É natural. O ter nascido na Ilha Terceira, Açores, é condição suficiente para que qualquer pessoa à nascença, seja aficionado. Está na chamada “massa do sangue”. É uma característica genética.
Obviamente respeito todos aqueles que, ao crescerem, mudaram de opinião, por uma razão ou outra, por não perceberem o valor histórico e cultural da festa brava, por qualquer outra razão pessoal. Não os ataco. Não respondo na mesma moeda a aqueles, que de uma forma agressiva, perturbam o bem-estar de quem, pura e simplesmente, quer assistir a uma corrida de toiros.
Mas… as manifestações ruidosas, do lado de fora da Praça do Campo Pequeno em Lisboa, têm um lado positivo. Ajudam a encher a praça. Senão vejamos: naquela hora, antes de começar a corrida, é que se vendem os últimos bilhetes. As pessoas que passam a pé pela Avenida da República, alertadas por um ruído vindo do Campo Pequeno e olhando para o edifício, deparam-se com o cartaz da corrida dessa noite e em vez de seguirem para o Metro ou a pé para casa, para o autocarro ou seja para onde estavam decididos a ir, resolvem participar na Festa dessa noite. E assim, não permitem que haja lugares vazios.
Neste dia especial (7 de Junho) em que festejamos os 40 anos de alternativa de João Moura nem vão ser necessárias estas “ajudas de última hora”. A praça vai estar cheia, como habitualmente. Os aficionados gostam dos seus Cavaleiros Tauromáquicos e João Moura ficará para sempre na História dos grandes artistas, inovadores e profissionais da Arte de Bem Tourear a toda a sela.
Como admirador e amigo de vários toureiros — matadores, cavaleiros, bandarilheiros e forcados — da nossa paixão, não me atrevo a usar o artigo definido, mas que João Moura está num dos lugares mais altos na minha lista de preferências, está!
Bravo João!
Espero participar na festa dos 50 anos de carreira. Dos Juniores, João e Miguel, falaremos mais adiante. A semente está lançada e a germinar muito bem.
Muitos parabéns, João. Abraço Amigo.
Carlos Alberto Moniz
Fotos Carlos Silva e Emílio de Jesus