terça-feira, 4 de dezembro de 2018

"Novo Burladero" reedita entrevista histórica a Fernando Camacho

Fernando Camacho ladeado por dois também históricos taurinos nacionais:
o apoderado Raul Nascimernto e empresário Alfredo Ovelha, nos anos 90 numa
festa no "Páteo Alfacinha" em Lisboa
Em Maio de 2005 quando viajou para Nimes com Miguel Alvarenga, José Cutiño
e João Moura, que na manhã seguinte ali concedeu a alternativa a seu filho João
Moura Jr. Viajaram num pequeno Cessna igual àquele em que, faz hoje anos,
morreram Francisco Sá Carneiro e Adelino Amaro da Costa
Com Miguel Alvarenga assistindo em 1986 na barreira a uma
corrida na Monumental Plaza México
Fernando Camacho com Vera Lagoa em 1980 no Restaurante "Tavares"
na apresentação da página "O Diabo ao Quite" do jornal "O Diabo", de que
eram autores do Dr. Fernando Teixeira e o então jovem jornalista Miguel Alvarenga
36 anos depois, continua actual esta histórica entrevista de Fernando Camacho à
revista "Novo Burladero" - não percam! Aprende-se ao lê-la


Culminando as comemorações do 40º aniversário da sua fundação, a prestigiada revista taurina nacional "Novo Burladero" - uma referência histórica -, dirigida por João Queiroz, reedita na sua última edição do ano uma histórica entrevista com o maior dos apoderados - e dos taurinos - nacionais do último século, o saudoso Fernando Camacho, que em 2006 pôs termo à vida precisamente no dia em que era reinaugurada a praça do Campo Pequeno.
A entrevista, feita em casa de Camacho em Lisboa por João Queiroz e Emílio (fotos), foi publicada na revista há 36 anos, a 15 de Agosto de 1982, precisamente na época em que o famoso taurino iniciava o mais célebre dos seus apoderamentos - ao cavaleiro João Moura.
Fernando Camacho fala dos seus inícios no mundo dos toiros, das primeiras corridas a que assistiu com seu pai no Campo Pequeno, do dia em que foi espreitar Manolete à saída do Hotel Avenida Palace em Lisboa e o viu acompanhado por sua noiva Lupe Sino, das influências que recebeu daquele que foi o seu maior mestre, o histórico apoderado espanhol Andrés Gago (que recordava sempre com admiração e carinho), das épocas em que viveu em Sevilha e acompanhou o matador Manolo Vásquez, dos apoderamentos de Francisco Mendes e Armando Soares, de Paulo Caetano e José Manuel Correia Lopes e sobretudo das suas imensas vivências - que davam um livro que nunca chegou a ser escrito.
"Se alguma coisa desejo para a recta final da minha vida, é acabar os meus dias em Sevilha, o modo como se discute o toiro, esse silêncio da Real Maestranza, a maneira como se encara o toureio feito arte, esse bairrismo, essa defesa quase tendenciosa do toureio andaluz, fazem de Sevilha uma terra única!", dizia nesse anos de 1982.
Por tudo, pela lição que ela encerra, mas sobretudo pela memória desse tempo-outro que não tem nada a ver com o que vivemos hoje, vale a pena ler - ou reler - esta histórica entrevista de Fernando Camacho.

Fotos Emílio de Jesus e D.R.