Um escândalo à portuguesa: o Hospital Distrital de Beja, avança hoje o "Correio da Manhã", enviou à família do forcado Pedro Primo, morto por um toiro numa corrida em Cuba (Beja) em 2007, uma conta de 25 mil euros de despesas na assistência ao malogrado jovem que tinha 25 anos e ali foi assistido depois da colhida, antes de ser transferido para o Hospital Curry Cabral, onde viria a falecer quatro dias depois.
Conceição Cardeira, a mãe de Pedro Primo, manifestou ao "CM" a sua revolta e não sabe como fazer face à despesa. Desempregada e com dois filhos a cargo, a mãe do saudoso forcado "lembra com mágoa que o Grupo de Forcados Amadores de Cuba lhe prometeu ajuda, mas o apoio nunca chegou", segundo o "CM", e acrescenta que "o filho já tinha abandonado o conjunto (o grupo de forcados) e por isso não tinha seguro que cobrisse eventuais acidentes".
"O meu filho nunca devia ter entrado naquela praça", diz a mãe. Ao "CM", fonte do Hospital de Beja adiantou que o caso está a "merecer a atenção" da administração", sem avançar mais pormenores. Já o grupo de forcados não respondeu aos esclarecimentos pedidos pelo "Correio da Manhã".
Pedro Primo era forcado dos Amadores de Cuba e fazia nessa fatídica tarde a sua última pega, despedindo-se das arenas nesse dia. Pegou o toiro da ganadaria do Engº Jorge de Carvalho (era um concurso de ganadarias), segundo da tarde, que fora lidado pelo cavaleiro António Brito Paes. A corrida foi organizada pelo empresário Rui Palma e o cartel era ainda composto pelos cavaleiros Luis Rouxinol e Francisco Palha e ainda os grupos de forcados de Bencatel e de Riachos.
O malogrado forcado pegou o toiro à terceira tentativa, sofrendo uma grave lesão no fígado que acabou por lhe causar a morte.
Fotos Vitor Besugo