O ganadeiro José Palha deu aplaudida volta à arena no quinto novilho com o cavaleiro Salgueiro da Costa e o forcado Daniel Batalha (Grupo de Lisboa) |
Entrega, muito ofício e uma grande quadra de cavalos permitiram a Paulo Jorge Santos dar a volta a um novilho manso e que destoou dos restantes |
Triunfo grande de João Ribeiro Telles. As fotos falam por si |
João Salgueiro da Costa deu ontem em Paio Pires mais um importante ar da sua (muita) graça e promete temporada de definitiva consagração |
Joaquim Brito Paes andou desenvolto e com raça |
António Galamba (Lisboa) fez a primeira pega da tarde. Como as restantes, à primeira tentativa |
A segunda pega foi consumada por João Sobral (Montijo) |
Daniel Batalha, dos Amadores de Lisboa, foi autor da terceira pega |
A última pega esteve a cargo de Ruben Pratas, dos Amadores do Montijo |
Manuel Dias Gomes lidou primorosamente um bom novilho, deixando em evidência a classe, o temple e o bom gosto com que toureia |
Diogo Peseiro esteve brilhante com o capote e as bandarilhas. Com a muleta "veio a menos", mas andou valentaço |
Foi agradável, mas não teve público, o festival misto que ontem decorreu na renovada praça de toiros de Paio Pires (Seixal), já de si pequena e cujas bancadas não estiveram preenchidas mais que um quarto da sua lotação. O festejo vinha adiado do domingo anterior e as condições do tempo, ontem, foram também pouco convidativas para se ir aos toiros. O cartel estava bem montado, tinha toureio a pé (o que nem sempre acontece), mas mesmo assim pouco motivou os aficionados a deslocarem-se a Paio Pires.
Lidou-se uma novilhada de qualidade da ganadaria do saudoso José Pereira Palha, tendo apenas destoado do conjunto o primeiro novilho, manso e refugiado em tábuas. José Palha (filho) deu volta à arena no quinto, com Salgueiro da Costa. Os novilhos, bem apresentados, deram bom jogo mas transmitiram pouco.
Artisticamente, informa-nos Luis Miguel Pombeiro, director do jornal "Olé!", houve bons - e muitos - momentos de toureio a cavalo e a pé e quatro pegas sem dificuldades de maior e todas consumadas à primeira.
Paulo Jorge Santos fez o que pôde, e a mais não era obrigado, com o único novilho manso da tarde, lidando quase sempre a sesgo e cumprindo a ferragem com muita entrega e uma fantástica quadra de cavalos com argumentos para fazer frente a qualquer toiro. Lide de valor, mas sem brilho por culpa do novilho.
João Ribeiro Telles obteve um triunfo sonoro e reafirmou as ganas com que enfrenta esta temporada em que tem pela frente o desafio de uma "encerrona" em Coruche a 2 de Junho. Esteve ontem muito bem a lidar e emotivo a cravar, podendo dizer-se que, a par de Salgueiro e do matador Manuel Dias Gomes, foi um dos três grandes triunfadores do festival.
O terceiro novilho foi lidado pelo matador Manuel Dias Gomes, que deixou na arena o perfume da sua arte, do seu toureio templado e do bom gosto com que toureia. Bonito e vistoso com o capote, desenhou com a muleta uma artística e aplaudida faena - para aficionados.
Diogo Peseiro esteve espectacular com as bandarilhas e muito bem com o capote. Sofreu algumas voltaretas quando toureava de muleta. Esteve valente e com entrega.
Depois do toureio a pé - pelo meio das lides a cavalo - João Salgueiro da Costa lidou o quinto novilho da tarde e voltou a dar um importantíssimo ar da sua (muita) graça. Está finalmente bem montado e moralizado e depois do passo em frente que deu na última temporada, demonstrando que caminha a passos largos para uma temporada de definitiva consagração.
O praticante Joaquim Brito Paes lidou com desenvoltura e chegou às bancadas frente ao último novilho do festival, também de boa nota. É um jovem de valor.
Não tiveram dificuldades de maior os forcados de Lisboa e do Montijo. Pelo grupo da capital, pegaram António Galamba e Daniel Batalha e pelos montijenses foram caras João Sobral e Ruben Pratas, todos à primeira tentativa.
O festival foi bem dirigido por Tiago Tavares.
Fotos Maria Mil-Homens