segunda-feira, 15 de abril de 2019

João Telles, Salgueiro e Dias Gomes foram os triunfadores em Paio Pires

O ganadeiro José Palha deu aplaudida volta à arena no quinto novilho com o
cavaleiro Salgueiro da Costa e o forcado Daniel Batalha (Grupo de Lisboa)
Entrega, muito ofício e uma grande quadra de cavalos permitiram a Paulo Jorge
Santos dar a volta a um novilho manso e que destoou dos restantes 
Triunfo grande de João Ribeiro Telles. As fotos falam por si
João Salgueiro da Costa deu ontem em Paio Pires mais um importante ar da
sua (muita) graça e promete temporada de definitiva consagração
Joaquim Brito Paes andou desenvolto e com raça
António Galamba (Lisboa) fez a primeira pega da tarde. Como as restantes, à
primeira tentativa
A segunda pega foi consumada por João Sobral (Montijo)
Daniel Batalha, dos Amadores de Lisboa, foi autor da terceira pega
A última pega esteve a cargo de Ruben Pratas, dos Amadores do Montijo
Manuel Dias Gomes lidou primorosamente um bom novilho, deixando em evidência
a classe, o temple e o bom gosto com que toureia
Diogo Peseiro esteve brilhante com o capote e as bandarilhas. Com a muleta
"veio a menos", mas andou valentaço


Foi agradável, mas não teve público, o festival misto que ontem decorreu na renovada praça de toiros de Paio Pires (Seixal), já de si pequena e cujas bancadas não estiveram preenchidas mais que um quarto da sua lotação. O festejo vinha adiado do domingo anterior e as condições do tempo, ontem, foram também pouco convidativas para se ir aos toiros. O cartel estava bem montado, tinha toureio a pé (o que nem sempre acontece), mas mesmo assim pouco motivou os aficionados a deslocarem-se a Paio Pires.
Lidou-se uma novilhada de qualidade da ganadaria do saudoso José Pereira Palha, tendo apenas destoado do conjunto o primeiro novilho, manso e refugiado em tábuas. José Palha (filho) deu volta à arena no quinto, com Salgueiro da Costa. Os novilhos, bem apresentados, deram bom jogo mas transmitiram pouco.
Artisticamente, informa-nos Luis Miguel Pombeiro, director do jornal "Olé!", houve bons - e muitos - momentos de toureio a cavalo e a pé e quatro pegas sem dificuldades de maior e todas consumadas à primeira.
Paulo Jorge Santos fez o que pôde, e a mais não era obrigado, com o único novilho manso da tarde, lidando quase sempre a sesgo e cumprindo a ferragem com muita entrega e uma fantástica quadra de cavalos com argumentos para fazer frente a qualquer toiro. Lide de valor, mas sem brilho por culpa do novilho.
João Ribeiro Telles obteve um triunfo sonoro e reafirmou as ganas com que enfrenta esta temporada em que tem pela frente o desafio de uma "encerrona" em Coruche a 2 de Junho. Esteve ontem muito bem a lidar e emotivo a cravar, podendo dizer-se que, a par de Salgueiro e do matador Manuel Dias Gomes, foi um dos três grandes triunfadores do festival.
O terceiro novilho foi lidado pelo matador Manuel Dias Gomes, que deixou na arena o perfume da sua arte, do seu toureio templado e do bom gosto com que toureia. Bonito e vistoso com o capote, desenhou com a muleta uma artística e aplaudida faena - para aficionados.
Diogo Peseiro esteve espectacular com as bandarilhas e muito bem com o capote. Sofreu algumas voltaretas quando toureava de muleta. Esteve valente e com entrega.
Depois do toureio a pé - pelo meio das lides a cavalo - João Salgueiro da Costa lidou o quinto novilho da tarde e voltou a dar um importantíssimo ar da sua (muita) graça. Está finalmente bem montado e moralizado e depois do passo em frente que deu na última temporada, demonstrando que caminha a passos largos para uma temporada de definitiva consagração.
O praticante Joaquim Brito Paes lidou com desenvoltura e chegou às bancadas frente ao último novilho do festival, também de boa nota. É um jovem de valor.
Não tiveram dificuldades de maior os forcados de Lisboa e do Montijo. Pelo grupo da capital, pegaram António Galamba e Daniel Batalha e pelos montijenses foram caras João Sobral e Ruben Pratas, todos à primeira tentativa.
O festival foi bem dirigido por Tiago Tavares.

Fotos Maria Mil-Homens