sexta-feira, 15 de novembro de 2019

Álvaro Covões falou pela primeira vez do caso Campo Pequeno



O empresário Álvaro Covões abordou ontem pela primeira vez o caso da compra do Campo Pequeno em declarações ao portal "New in Town - NiT", afirmando que "é um tema que ainda não está concluído, por isso não tenho muito a dizer. Ninguém vai falar sobre um restaurante quando ainda não tem a escritura, ou se ainda não fez as obras".
O director-geral da Everything is New falava durante a cerimónia de apresentação da exposição de Harry Potter, que este sábado será inaugurada em Lisboa no Pavilhão de Portugal, no Parque das Nações.
As notícias entretanto publicadas em diversos orgãos de comunicação social e que davam conta da assinatura do contrato de promessa de compra e venda do Campo Pequeno no passado dia 31 de Outubro por Álvaro Covões e o fundo Horizon de António Pires de Lima e Sérgio Monteiro, originaram já uma petição da Associação Animal dirigida ao famoso empresário do mundo do espectáculo a exigir um "novo Campo Pequeno com cultura e sem tortura" com o objectivo de acabar com as touradas na primeira praça de toiros do país.
Cauteloso, Álvaro Covões não quis abordar directamente o tema nas declarações à NiT, mas disse que se as touradas se mantiveram no Campo Pequeno "não será por uma questão financeira".
"A tauromaquia não é propriamente um negócio por excelência em Portugal. Não é a tauromaquia que vai viabilizar qualquer negócio na gestão de um equipamento, portanto não é tema. Neste momento tema é o negócio contratual e de viabilização económica", afirmou.
Álvaro Covões adiou para uma próxima ocasião revelar a sua posição sobre as touradas: "Na devida altura falarei sobre o lado pessoal, mas nunca podemos confundir o pessoal com o empresarial. É muito difícil, é um tema que tem de ser analisado por quem lá estiver na altura certa. Mas não é isso que vai resolver seja o que for".
O empresário defendeu que "há problemas mais importanters para resolver". E disse: "Acho que andamos sempre distraídos com a coisa errada. Eu vi que este governo vai propor a subida da idade mínima para ir a uma tourada, mas quem conhece a lei sabe que aquilo não é mandatório, se forem acompanhados pelos pais podem entrar", sublinhando que "temos coisas muito mais urgentes para resolver".
Em 2013, numa entrevista à revista "Visão" e questionado sobre se era aficionado às touradas. Álvaro Covões disse:
"Gosto de tourada, mas não sou aficionado. Não gosto de touros de morte, mas o toureio a cavalo e a pega acho um espetáculo. Se mandasse, investia nas imagens das pegas de caras para divulgar Portugal no mundo. Mostra bem o que é o povo português, a nossa coragem. Ainda não tive tempo para isso, mas até gostava de trabalhar com touradas. Do ponto de vista turístico, é um produto fantástico. Temos de valorizar as nossas tradições, e se pudermos ganhar dinheiro com isso...".

Fotos D.R.