Miguel Alvarenga - Pode dizer-se que foi a crónica de uma derrota anunciada. A ProToiro já emitiu um comunicado (que publicaremos já de seguida) e vai tomar medidas. Mas o mal está feito.
Se bem que ainda ninguém tenha entendido que é muito mais grave o que se está a passar com o Campo Pequeno do que propriamente a subida do IVA das touradas para 23% (que se traduz numa percentagem quase irrisória no presumível aumento dos preços dos bilhetes), a verdade é que o Parlamento aprovou ontem essa medida que, acima de tudo, é discriminatória e pode mesmo ser considerada inconstitucional. Na Cultura, não pode haver filhos e enteados.
Há, de facto, uma clara tentativa de asfixiar a Tauromaquia. Primeiro, com a tramóia política que visa transformar o Campo Pequeno, praça de toiros centenária e histórica, numa alternativa ao Coliseu dos Recreios (que se diz ir ser transformado num condomínio de luxo e deixar de ser sala de espectáculos - será possível?...), acabando com as corridas de toiros (função para que a praça foi construída); agora com esta escandalosa discriminação em relação a todos os outros espectáculos culturais.
O aumento do IVA foi aprovado com os votos do Partido Socialista (a ditadura da chamada disciplina de voto obrigou 40 deputados que estão contra a votarem vencidos), do Bloco de Esquerda e do PAN.
Votaram contra o PCP, o CDS/PP e o PSD. Abstiveram-se a Iniciativa Liberal e o Chega - sendo esta inesperada posição de André Ventura a maior surpresa (negativa) desta votação parlamentar.
Afinal de que lado está Ventura? Andou a enganar-nos até aqui? Ou a imprensa é que nos está a enganar e Ventura também votou contra?
Foto D.R./ProToiro