A única novidade em relação a ontem é que esta manhã havia um carro da PSP estacionado em frente da praça de toiros |
Centro Comercial mantém 13 lojas abertas e a principal afluência é ao supermercado Pingo Doce |
Avenida da República, Lisboa, ao meio-dia de hoje |
Salvar o SNS (Serviço Nacional de Saúde), lê-se na deserta Avenida da República num cartaz do Bloco de Esquerda. Mas agora há muito mais para salvar |
Todos contra o Covid-19 |
Como companhia, uma pomba... |
Esplanadas fechadas, ruas desertas, falta vida à cidade |
"Atletas" vêem-se alguns... E pessoas a passear cães |
Parque Infantil do Campo Pequeno só esta manhã foi vedado pela Polícia |
Dar uns passitos na rua e comprar os jornais aqui no Centro Comercial do Campo Pequeno tornou-se a rotina dos meus dias... |
Embora decretado pelo Presidente da República na quarta-feira, só às 00h00 deste domingo entrou verdadeiramente em vigor o Estado de Emergência. Não há recolher obrigatório, mas antes a recomendação de que todos devem permanecer cautelosamente em casa. A partir de hoje as forças de segurança estarão na rua para advertir, mas não sancionar. E essa foi mesmo a única novidade de que hoje me dei conta na curta saída matinal aqui pela zona do Campo Pequeno: um carro da PSP estacionado diante da praça com dois agentes lá dentro
Miguel Alvarenga - O facto de ser jornalista e ter a minha carteira profissional devidamente validada permite-me, como aos profissionais de saúde, agentes de segurança, etc., circular "livremente" pela cidade - e pelo país - sem quaisquer restricções. Mas não quero - e não arrisco. Não há touradas para fazer reportagens. E por isso o mais que faço é esta curta e cautelosa saída matinal aqui pela zona do Campo Pequeno para comprar os jornais (a tabacaria do Centro Comercial e mais 12 lojas continuam a funcionar, como ontem aqui se noticiou) e fotografar esta cidade triste e deserta.
Pouquíssimos automóveis a circular, algumas motos dessas empresas de agora que levam comida a casa, um ou outro aurocarro (quase sem ninguém lá dentro), pessoas que passeiam os cães e alguns "atletas" desses que andam por aí a correr... Bicicletas, zero - e ainda bem, já estava farto dessa praga dos dias de hoje.
Esta manhã (só hoje?) agentes da Polícia Municipal estiveram aqui no Parque Infantil a colocar fitas para impedir o uso de baloiços, escorregas e todos os "bonecos" que outrora faziam as delícias dos mais pequenos e até do meu neto.
Não há onde tomar um café - a não ser em casa. E também não há mais nada para fazer...
Nesta espécie de "prisão domiciliária" - repito, o Linhó era bem mais divertido, se era! - lêem-se jornais e livros, vê-se televisão (que diz sempre a mesma coisa...) e está-se por aqui no computador. Podia ser pior...
Dizem que um navio atracou em Lisboa cheio de brasileiros e a única coisa que me admira é como é possível que numa altura destas haja gente a fazer cruzeiros...
Taurinamente falando, as notícias são quase nenhumas. A empresa de Évora anunciou esta manhã o adiamento do tradicional Concurso de Ganadarias (17 de Maio) para 3 de Outubro e outra coisa não seria de esperar. Hoje, 22 de Março, era o dia da primeira corrida da temporada em Santarém, que ficou adiada para 26 de Abril, data em que o mais provável é também não se poder efectuar. E a ver vamos se haverá Feira do Ribatejo e as duas corridas que estão anunciadas para 7 e 10 de Junho...
O primeiro-ministro António Costa diz que vêm aí "três meses muito duros" e oxalá sejam só três meses.
Cuidem-se, meus caros. Fiquem em casa.
Fotos M. Alvarenga