As primeiras figuras do toureio de Espanha manifestaram a sua confiança total na acção da Fundación del Toro de Lidia na coordenação de todas as medidas em defesa da tauromaquia e estão dispostas a tourear com honorários menores e menos público nas praças para que a temporada não passe em branco. Governo voltou a aprovar ajudas à Cultura e ao Desporto, mas voltou também a excluir o sector tauromáquico
Reunidos com a Fundación del Toro de Lidia, representada por Cristina Sánchez e "El Juli", uns na finca sevilhana do matador Roca Rey, outros através de videoconferência, os principais protagonistas das arenas de Espanha manifestaram a sua total confiança no orgão que os representa como promotor de todas as acções que se possam fazer no momento actual em defesa do mundo tauromáquico.
Reunido ontem, o Conselho de Ministros (foto ao lado) voltou a aprovar ajudas financeiras à Cultura e ao Desporto neste momento de crise da pandemia, mas apesar das propostas apresentadas pela Fundación del Toro de Lidia, o sector tauromáquico voltou a ser excluído.
A reunião de segunda-feira dos toureiros, promovida pela Fundación que os representa, contou com a participação dos matadores de toiros Enrique Ponce, Cayetano Rivera Ordoñez, Morante de la Puebla, Sebastián Castella, Miguel Ángel Perera, José Maria Manzanares, Roca Rey, Diego Urdiales, Paco Ureña, Pablo Aguado, "El Fundi", "Espartaco", "El Fandi", Manuel Escribano e Luis Bolívar, estando Cristina Sánchez e Julián López "El Juli", como toureiros integrandes da Fundación del Toro de Lidia, ao comando das operações.
Os toureiros manifestaram a sua indignação e revolta pela marginalização de que estão a ser alvo por parte do Ministério da Cultura e muito particularmente pelas recentes declarações do vice-primeiro-ministro Pablo Iglésias, que assegurou sentir-se incomodado pelo facto da tauromaquia estar reconhecida como expressão cultural.
As primeiras figuras do toureio não querem que a temporada passe em branco, querem reivindicar os direitos que lhes correspondem como protagonistas do segundo maior espectáculo de massas do país e manifestaram-se mesmo dispostos a tourear este Verão com honorários substancialmente inferiores aos habituais e em praças com menos público, dadas as restrições impostas pelas autoridades de saúde quanto ao distanciamento entre os espectadores, que limitam significativamente a lotação das praças de toiros.
A Fundación del Toro de Lidia - orgão equivalente à Federação PróToiro portuguesa - explicou detalhadamente aos toureiros o trabalho que está a ser desenvolvido com o Ministério da Cultura e o plano de actuação que traçaram a partir de agora tanto a nível jurídico, como político e mediático.
Victorino Martín, presidente da Fundación, em declarações ao site aplausos.es, agradeceu "a confiança das primeiras figuras" e frisou que os toureiros "manifestaram a sua preocupação e querem protestar porque sabem que há muitos companheiros que estão a passar mal neste período de crise".
Apesar de a reunião ter contado apenas com a participação das principais figuras do toureiro, tal como aconteceu nas reuniões até agora realizadas em Portugal pelo denominado movimento dos cavaleiros, todos os líderes das arenas defenderam a unidade do sector e garantiram que não ficará para trás nenhum ptotagonista do mundo do toureio.
Tal como em Portugal o disse o cavaleiro Rui Fernandes, que está a liderar o processo de defesa da tauromaquia em tempo de crise da pandemia, também os cabeças de cartaz do país vizinho afirmam que o trabalho que estão a desenvolver "é de todos e para o bem de todos".
Para o próximo domingo, dia 24, está convocada uma manifestação de aficionados e de artistas e ganadeiros em Sevilha para exigir do Governo medidas de apoio ao sector idênticas às que estão a ser prestadas a outras actividades culturais e desportivas.
Fotos D.R. e aplausos.es