terça-feira, 23 de junho de 2020

José Falcão tomou a alternativa há 52 anos em Badajoz

José Falcão fotografado por João Carlos D'Alvarenga na sua última
corrida em Portugal, a 4 de Agosto de 1974 na Figueira da Foz, uma
semana antes do encontro com "Cuchareto" em Barcelona
Bandarilhando com Chibanga na última tarde em Portugal
Cartaz da 12ª Corrida TV no Campo Pequeno, a noite em que
Falcão estoqueou um toiro, um mês e meio antes da tarde fatídica
em Barcelona
Momento da alternativa de José Falcão há 52 anos em Badajoz,
apadrinhado por Paco Camino com o testemunho de "Paquirri".
Em baixo, o cartaz da Feira de San Juan de 1968


José Falcão tomou a alternativa há 52 anos em Badajoz. O mais internacional dos matadores nacionais da época morreu em Agosto de 1974, vítima de cornada, na arena de Barcelona

José Carlos Frita Falcão nasceu em 30 de Agosto de 1942 em Povos, uma antiga freguesia de Vila Franca de Xira.
José Falcão foi atraído para o toureio por influência familiar — o seu avô havia sido bandarilheiro profissional e o tio, Carlos Falcão, antigo novilheiro, contemporâneo de José Júlio e de Armando Soares.
Não terá sido alheio o ambiente vilafranquense, onde existiam diversas ganadarias bravas. 
José Falcão e o seu irmão, Osvaldo, eram presenças frequentes nas tentas da ganadaria Palha .
Com apenas 15 anos de idade toureou na praça da sua terra natal,a emblemática "Palha Blanco", antes de ir frequentar, entre 1960 a 1966, a Escola de Toureio de Coruche, dos irmãos Badajoz.
O debute vestido de luces aconteceu a 20 de Maio de 1962, na Monumental "Amadeu Augusto dos Santos", no Montijo, com uma novilhada da Sociedade Agrícola de Rio Frio, ascendendo à categoria de novilheiro em 11 de Junho de 1963, na praça de toiros da Chamusca.
Depois de se apresentar como novilheiro pela primeira vez na Monumental de Las Ventas, em Madrid, em 19 de Março de 1968 (onde cortou três orelhas e saíu em ombros pela porta grande), tomou a alternativa na Monumental de Badajoz, cumprem-se hoje 52 anos, na primeira corrida da Feira de San Juan, a 23 de Junho de 1968, apadrinhado por Paco Camino com o testemunho de Francisco Rivera “Paquirri”.
Passado um ano regressava à Monumental de Madrid para a confirmação da alternativa, a 27 de Julho de 1969, apadrinhada por Vicente Punzón, sendo testemunha Aurélio Garcia Higares. Ainda em 1969, a 13 de Dezembro, confirma a alternativa no México, na Plaza Monumental.
José Falcão recebeu em 1968 o Prémio da Casa da Imprensa como matador de toiros da categoria "Tauromaquia".
No ano seguinte a júri voltaria a considerá-lo como o melhor matador de toiros da temporada, mas o regulamento impedia a entrega da distinção em anos consecutivos.
Toureiro completo nos três tércios, José Falcão levou a cabo uma brilhante carreira, actuando nas principais praças de Portugal, Espanha, França, América Latina e em Moçambique, sendo por isso mesmo considerado no seu tempo o mais internacional dos matadores de toiros portugueses.
José Falcão morreu com apenas 31 anos a 11 de Agosto de 1974, em Barcelona, poucas horas depois de sofrer uma cornada na femoral quando toureava o toiro "Cuchareto", da ganadaria Hoyo de La Gitana.
Um mês e meio antes, a 20 de Junho, estoqueara um toiro de Oliveira, Irmãos no Campo Pequeno na 12ª Corrida TV, onde alternava com Amadeu dos Anjos, os cavaleiros José Mestre Batista e Luis Miguel da Veiga e os Forcados Amadores do Ribatejo.
Uma semana antes da cornada fatal na Monumental de Barcelona, José Falcão toureou pela última vez em Portugal na praça da Figueira da Foz (Coliseu Figueirense), onde alternou com Ricardo Chibanga.
Muitas vezes referenciado no mundo taurino como "José Falcón", o matador português continua a ser lembrado como último toureiro a morrer na capital catalã, onde a sua viúva, Rosa Gil, pertencente a uma conhecida família da área da restauração, concebeu um restaurante em sua homenagem.
José Falcão tinha casado uns meses antes com a catalã e não chegou a conhecer a sua filha que nasceu após a sua morte.

Fonte: António Velez/Facebook

Fotos João Carlos D'Alvarenga e D.R.