66.400 espectadores assistiram este ano aos 42 festejos tauromáquicos que, apesar da pandemia, se realizaram em praça de toiros nacionais, rodeados de fortes medidas de segurança e obedecendo às regras impostas pelas autoridades, que obrigaram à redução da lotação dos recintos para metade e, noutros casos, para 30%. A Inspecção-Geral das Actividades Culturais divulgou no primeiro dia do ano os dados estatísticos da actividade do sector.
Segundo o relatório da IGAC, realizaram-se um total de 42 espectáculos tauromáquicos em 2020, 30 corridas de toiros, 5 festivais, 4 corridas mistas e 3 novilhadas, a que assistiram cerca de 66.400 espectadores, de acordo com os dados fornecidos pelos delegados técnicos tauromáquicos (directores de corrida).
Além dos 42 espectáculos realizados, foram ainda legalidados mais seis, que vieram a ser anulados, cinco pelas questões da pandemia e um por condições climatéricas.
A Monumental do Campo Pequeno, gerida em 2020 pela primeira vez pelo empresário Luis Miguel Pombeiro (Ovação e Palmas), foi a que maior número de espectáculos efectuou, sete (seis corridas promovidas pelo empresário e, em Fevereiro, o festival do Dia da Tauromaquia, uma iniciativa da Federação PróToiro), seguida de Vila Franca de Xira, com cinco e Moita com quatro.
Foi também no Campo Pequeno que se registou a maior assistência, com 19.669 espectadores, seguindo-se a praça de Alcochete, com 7.404 e a da Moita com 6.430.
Saliente-se ainda o facto da média de espectadores esta temporada ser de 1.581, o que é um resultado altamente positivo, dadas todas as limitações e restrições impostas impostas pelas autoridades sanitárias. Apesar de tudo, não foi um número muito diferente dos que se registaram em anos anteriores: 2.207 em 2019, 2.190 em 2018 e 2.000 em 2017.
O empresário Ricardo Levesinho levou a cabo 12 espectáculos nas praças que gere, a Ovação e Palmas (Luís M. Pombeiro) 9 e a Toiros & Tauromaquia realizou 4, seguidas de um conjunto de empresas que realizaram um número menor de espectáculos.
Luís Silveira Botelho, Inspector-Geral da IGAC destaca que a temporada 2020 "foi severamente marcado pela pandemia, com reflexo muito significativo em toda a actividade cultural e, naturalmente, com efeitos negativos bastante elevados para os espectáculos tauromáquicos, quer pela inviabilização de muitos, quer pelas fortes restrições que se impuseram aos que tiveram lugar”.
Silveira Botelho refere ainda que "num esforço conjunto entre a Direcção-Geral da Saúde e a IGAC, foi aprovada uma orientação conjunta com medidas específicas para os espectáculos tauromáquicos, fruto da sua especificidade e do grau de intervenções e intervenientes que neles actuam".
O Director-Geral da IGAC faz ainda questão de enaltecer o papel desempenhado nas corridas de toiros pelas equipas de inspecção do seu organismo, ressalvando "o extraordinário contributo e empenho do Inspetor Superior, Engenheiro Ricardo Hipólito, quer na articulação estreita com os promotores, forças policiais e demais associações do sector, antes, durante e após os espectáculos, quer na coordenação operacional e exemplar dos trabalhos de campo em que esteve envolvido".
Foto M. Alvarenga
