Andrés Caballero, apoderado de Diego Ventura (ambos na foto de cima), desmente em comunicado a empresa da Real Maestranza de Sevilha sobre os motivos da ausência do famoso rejoneador na próxima Feira de Abril, cujos elencos foram ontem apresentados e que se realizará a partir de 18 de Abril se as autoridades sanitárias permitirem a utilização de 50% da lotação da emblemática praça de toiros.
Ramón Valência, gerente da empresa Pagés (foto de baixo), afirmara na conferência de imprensa matinal que Ventura "pedira um rejoneador pela frente (a abrir o cartel), mas isso não foi possível e demos-lhe várias alternativas, mas não pôde ser". Inclusivamente, disse o empresário, "oferecemos-lhe uma corrida mista" (em que actuaria como único rejoneador, ao lado de dois matadores de toiros), "algo que a empresa não tem por norma fazer".
O apoderado de Ventura desmente Ramón Valência: "Por cima da decepção que a mim e a Diego Ventura nos causa sempre o facto de ficarmos fora de uma feira tão importante, especial e própria para ele como é Sevilha, o que pode ser fruto de uma legítima negociação que termine sem acordo, dói-nos, e portanto não podemos permitir, que se falte à verdade, afirmando que recusámos aquilo que nunca nos foi oferecido".
Andrés Caballero (antigo matador de toiros e também apoderado dos cavaleiros lusos Rui e Duarte Fernandes), esclarece que "é de todo falso que a empresa nos tivesse oferecido em algum momento das nossas conversações que Diego Ventura se anunciasse numa corrida de toiros mista".
"Foi tudo ao contrário. Fui eu quem, seguindo os desejos de Diego Ventura, ofereci à empresa Pagés essa possibilidade, como já tinha acontecido na Feira de Abril de 2019, ao que a empresa respondeu que essa opção não se contemplava", conta Caballero.
"Como no caso da corrida mista, também manifestámos a nossa disponibilidade para tourear um mano-a-mano na corrida de rejoneio com o toureiro que a própria empresa escolhesse. Opção essa também descartada pela empresa", acrescenta.
Nos dois casos - corrida mista ou mano-a-mano -, Ventura manifestou à empresa a disponibilidade para "abrir praça", isto é, ser o cabeça de cartaz e tourear pela frente dos restantes componentes do cartel, "tal como tem feito em tantas outras praças", incluindo na de Madrid, recordou Caballero.
"A única proposta firme que nos transmitiu a empresa Pagés foi a de que Ventura se anunciasse abrindo cartel num trio de rejoneadores, possibilidade que, até por negociações precedentes, como, por exemplo, a da temporada passada, não considerámos. E não é por capricho algum, mas sim pela legítima defesa dos nossos interesses artísticos, como o fazem tantos e tantos companheiros mais, e também em nome da trajectória de Diego Ventura no toureio em geral e em Sevilha em particular", esclarece ainda o apoderado Andrés Caballero, deixando bem claro que não é por uma questão financeira que Ventura não estará na Feira de Sevilha: "Em nenhum momento das conversações mantidas com a empresa Pagés se chegou a abordar o plano económico para a contratação de Ventura".
A única corrida de rejoneio da anunciada Feira de Abril, no dia 25, tem cartel composto por Andrés Romero, Lea Vicens e Guillermo Hermoso de Mendoza, com toiros de Fermín Bohórquez.
Fotos D.R. e mundotoro.com